quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aleluia, o censor

Quando se imagina que idéias obscuras e atrasadas é algo sepultado e que não nos impedirá em nossos tortuosos caminhos rumo à democracia, eis que lá de nossa altaneira Bahia surge o deputado federal José Carlos Aleluia, que me vem uma bizarra proposta, diante das baixarias da última quarta-feira na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele se acha preocupado com os reflexos, perante a sociedade, das contendas nada cavalheirescas ou amáveis entre os civilizados ministros da nossa mais alta Corte.

A idéia do Aleluia, segundo o zum-zum-zum que rola no Congresso, é a de simplesmente pugnar pelo fim das transmissões das sessões do STF pela TV Justiça. Isto mesmo! O bravo e impoluto parlamentar quer acabar com os vexames dos senhores ministros em rede nacional. Ou seja, nada menos do que esconder da ralé as baixarias protagonizadas pelos nobres representantes da alta magistratura.

O cerebral deputado alega ter recorrido a seus alfarrábios para conclur que na Alemanha e EUA não há essa exposição pública desses insignes senhores.

Ora, a transparência da atuação de servidores muito bem pagos para fazer justiça num país marcado por tantas injustiças, é uma cobrança irredutível da sociedade. A não transmissão até se justificaria em algumas exceções como em casos de segredo de justiça.

Enfim, Aleluia quer deixar a sujeira debaixo do tapete e sem visitas na sala, através de uma proposta retógrada de censura. Aleluia é do DEM, já foi do pefelê, que era o PDS e que antes era Arena, partido que era o braço político do regime militar nos anos 60/70.

Com uma ficha dessas, haveria de surpreender essa inclinação do deputado pela censura? Quem sabe, nostalgia da ditadura.

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