segunda-feira, 22 de junho de 2009

De volta à labuta

Já preguei aqui mais de uma vez que repilo essa idéia mentirosa de que o trabalho enobrece. Por essas e outras que tirei uma férias, mesmo a contragosto de uns tarados campeões do labor, que só pensam em manter o status quo nesta capitania hereditária que já foi dos goytacazes e nestes tristes trópicos periférios do polo sul.

Já me disseram (e associei-me à tese) que o trabalho também estressa e enriquece o patrão nas sociedades quase feudais ou pré-capitalistas como o nosso País varonil.

Antes que me chamem de vagabundo, inútil e estéril, devo informar que tenho o mau costume de trabalhar todos os dias da semana.

O que me cerceia no sagrado direito ao prazer da contemplação.

Como tenho pouco tempo para refletir — pois o restante do meus dias do ano só trabalho, dou duro danado pra sobreviver — resta-me o exercício sagrado do ócio pelo menos alguns dias no ano.

Ademais, é duro ter que trabalhar todos os dias e aguentar tanta azucrinação da patuscada do arco-iris, por conta do Flamengo, ao qual resolvi dar um tempo por seu comportamento sem-vergonha, pior do que o Senado.

Como conselho e copo d´água só se dá a quem pede, como já dizia minha avó, renunciei minhas piruadas. Essa cambada não merece que gaste aqui meu latim, após os dez gols dos pernambucanos e coritibanos, dois times de segunda divisão.

Como este blog prima pela seriedade e bons modos, não tratarei aqui hoje desses assuntos obscenos.

Porque não passa de uma sacanagem o que esse bando de meninos paparicados do Cuca vem fazendo com a Nação Rubro-Negra e o Mais Querido do Brasil, o clube brasileiro que mais levantou troféus internacionais pelo mundo afora (royalties para pesquisas do Péris Ribeiro).

Fui, parei e só volto em edição extraordinária ou quando um fato relevante justificar uma chamada.

E mais: águas passadas não movem moinhos e ainda podem causar problemas domésticos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Os algozes dos velhinhos

Seguinte: não dá pra tratar este assunto com humor e informalidade, como convém a proposta deste blog, que muito honrosamente sai de sua irreverência habitual para bradar contra essa indignidade que trato a seguir.

É que aposentados de todo o País estão nas ruas a mostrar a cara dos nossos ilibados deputados que devem votar contra as medidas favoráveis aos nossos veteranos e respeitáveis cidadãos. Vão mostrar a cara de seus algozes em outdoors espalhados por estas nossas 27 e tantas capitanias hereditárias.

A primeira pergunta que deveria ser feita aos que têm a coragem de praticar a canalhice de votar contra os aposentados seria a seguinte: Tens mãe? Tens pai?

O Brasil oficial, como dizia o menino Machado, é um país assim. Somos assim, bem ordinários, como aquela reles publicação que circula nesta capitania de São Thomé. A nossa cultura não nos permite respeitar o passado, a história dos que ajudaram a construir esta nação.

A mentalidade produtivista impõe aos pragmáticos tecnocratas uma frieza estarrecedora quando retira direitos de pessoas quase indefesas, que gastam fortunas (sem ter como gastar) com medicamentos para continuar sobrevivendo pelo menos por mais alguns anos ao lado de suas famílias.

O Brasil seria bem melhor se todos os cidadãos, todas as categorias, se mobilizassem para escancarar com todas letras e imagens as caras desses traidores das boas causas nas ruas deste País.

Toda Nação, por exemplo, saberia quem são os inimigos de um projeto nacionalista para este, ao terem apoiado o plano entreguista de FHC quando tentou jogar a Petrobras nas mãos dos gringos.

Quanto aos nossos vetustos senhores aposentados, que eles encontrem forças para lutar contra os abomináveis algozes do Congresso.

Trata-se de uma tremenda injustiça do governo ao limitar os reajustes de pensionistas e aposentados que recebem acima do salário mínimo.

Outra baita sacanagem é a humilhação contra quem anos atrás aposentou-se com cinco salários mínimos, porque descontou a vida inteira percentual equivalente, hoje vê seu benefício reduzido a dois. Em breve estará limitado por um.

A alegação do governo de que não há dinheiro é absurda e soa como desdém a uma categoria que não possui poder de pressão. Basta agendar os direitos dos aposentados e pensionistas como questão de prioridade absoluta.

Com todo o respeito, há dinheiro sim. Primeiro, para pagar juros cada vez mais altos aos especuladores nacionais e estrangeiros, sem esquecer a farra dos bancos.

Depois, para subsidiar mais de 50 mil ONGs que mamam nas tetas do Tesouro Nacional, boa parte delas fajutas, integradas por companheiros dependurados em ministérios e empresas estatais.

Como, também, para a criação de um fundo destinado a utilizar milhões de dólares, lá fora, para o ministro Guido Mantega atender exigências de multinacionais. Dinheiro também há para pagar 36 mil aquinhoados com cargos DAS federais, por coincidência quase todos militantes do PT.

Sem falar nos recursos do BNDES doados a empresas privadas para a aquisição de empresas estatais ou, simplesmente, para acobertar sinecuras com prefeituras ocupadas pelos amigos. Até para comprar mais dois aviões que servirão para escoltar o Aerolula não falta numerário.

Por último, centenas de milhões de reais existem para atender a liberação das emendas individuais ao orçamento apresentadas por deputados amigos e senadores amestrados, daqueles capazes de valorizar seu voto em favor do governo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Parem de sacanagem

O Nordeste em peso saiu de casa ou foi às ruas apinhando botecos para ficar em frente ao aparelho de TV pra ver jogar o legítimo Rubro Negro, Campeão Sul-Americano e Campeão Mundial de 1981, por isto conhecido internacionalmente.

Ah, ia me esquecendo, também maior ganhador de torneios internacionais pelo mundo afora, sustenta o mestre Péris Ribeiro, enciclopédia ambulante do esporte.

A verdade é que há jogadores no Flamengo que, ou não sabem da importância do que é vestir o Manto Sagrado ou não tem mesmo capacidade de envergar aquele hábito.

Aceito perder, derrota faz parte do jogo, mas em circunstancias dessas, é sacanagem da grossa.

O leão era manso, provou no início, a fera estava acuada, mas quando viu que o Flamengo é que era frouxo, caçador pouco inteligente com sua presa, partiu pra cima.
A verdade é que o original Rubro-Negro fez 2 a 0 e queria administrar o troço até o apito final de sua senhoria...(no meu tempo, os juizes eram tratados com mais respeito, talvez porque menos ladrões).

Cometeram um erro de avaliação que lhes foi fatal: menosprezar a fera em seu reduto.

Há uma enorme diferença entre o clube Sporte e o time. O clube, não se pode comparar, é infinitamente inferior ao Flamengo, tem importância apenas regional. Já o time, a diferença não é lá muita coisa. E tem gente ali no Sporte que jogaria fácil nesse time do Flamengo.

A nossa defesa bem que poderia ter o apelido de peneira ou então Avenida Agamenon Magalhães, a maior e mais larga do Recife.

Antes, era os atacantes que não marcavam, antes aqueles gols do Joziel, só os zagueiros balançavam a roseira. Agora, os marmanjos da defesa deram de jogar de atacantes, mas para o adversário.

Com tamanha generosidade, pareciam recepcionistas de hotéis quando recebem gringos na semana do carnaval recifense.

Na minha pelada, quem comete erros infantis daqueles não volta no jogo seguinte...
Aceitar a saida de Fábio Luciano para justificar a tremenda peneira que virou essa defesa em menos de 15 minutos é forçar a barra.

Bruno, com salto alto tipo Luiz XV, tirando onda de bom de sela, tem que ser posto de castigo, como se fazia nos colégios de antanho, tipo assim, escrever no quadro negro 100 mil vezes: "Não sou, nunca fui, nunca serei nenhum Banks, nenhum Maier, nenhum Yashin, Carrizo... não sou nenhum Dasaev e, com relação ao nosso Júlio César, tenho que comer muita grama ainda pra chegar lá".

O Leonardo Moura, tenho uma solução, além daquela que fiz para o Bruno: ele não é, nunca vai ser, um Leandro ou um Carlos Alberto Torres. Deve também passar noites na concentraçao assistindo taipes desses dois cracaços da lateral (ala é o cacete, como me recuso também denominar passe de assistência).

Outra receita: ficar nessa de eterno peladeiro, correndo pra todo lado, é a receita para nunca chegar à seleção.

Outra coisa: tá na hora do Cuca se mexer, botar o Everton pra jogar, o menino é bom de bola, atrevido. E, não se esqueça nunca, Cuca. Para treinar o Flamengo é preciso conhecer um pouco de Flamengo, onde, reza a lenda da tradição, os santos de casa fazem milagres. E, se preciso, barre o Léo Moura.

De resto, uma coça de urtiga pra esses marmanjos que não estão sabendo honrar o Mundo e as sagradas tradições no imortal e eterno Clube de Regatas do Flamengo.

Entro de férias e, como ensinava o menino Bandeira, vou me embora pra Pasargada (com um "s" apenas, revisor), mas deixo um recado, um aviso pros meninos. Vamos parar de sacanagem, não é conveniente, não é de bom alvitre brincar com uma instituição chamada Nação Rubro-Negra.

domingo, 7 de junho de 2009

A mãe de todas as batalhas

Amigos, vos asseguro que a mãe de todas as batalhas nordestinas é a peleja de logo mais no Recife.

Não tem Guerra dos Guararapes, Revolução Pernambucana, Guerra dos Mascates, Revolução Praiana, ficam tudo no chinelo quando se trata de Sporte x Flamengo, sobretudo quando o ludopédio é disputado no campo deles.

Depois de consultar alguns alfarrábios de especialistas em geopolítica, estratégias militares, táticas de guerrilha e outros leros, a conclusão a que se chega é cristalina.

O Brasil colonizado daquela época, como continua até hoje, registrava àquela época 600 mil almas habitando estas capitanias.

Hoje, o buraco é mais embaixo porque pelo menos 35 milhões de filhos desta Nação Rubro Negra espalhada pelo Brasil e pelo Mundo estarão de olho nesta contenda. Portanto, o nível de interesse, a importância da batalha de hoje é essa, bem diferente das batalhas de alguns séculos atrás.

Explico: depois que tentaram subtrair do Clube de Regatas do Flamengo o titulo de campeão brasileiro, o Sporte, com a mão da CBF, ousa querer dividir um titulo que não venceu por mérito naquele ano da graça de 1987.

E até hoje não se conforma com o galardão de pentacampeão brasileiro que ostenta o nosso sagrado e glorioso pavilhão. Os pernambucanos de vermelho e preto nos elegeram seus alvos prediletos. Passaram a engrossar o coro do arco-iris, os descontentes que compoem o imério do mal.

Foi naquele último ano de nossa mais reluzente década de conquistas, que a CBF, aquele antro de prostituição antes localizado na Rua da Alfândega e hoje na Barra da Tijuca, teve a suprema petulância de contrariar a imensa maioria da voz do povo para nos obrigar a disputas de finais contra timecos subterrâneos de segunda divisão, como o Guarani e o próprio Sport.

Alto lá, não convém mexer com os brios e interesses maiores de uma Nação.

Que nos perdoe o co-irmão adversário de hoje, mas baixe a sua bola. O Sporte é uma das glórias de Pernambuco, do Nordeste, mas que fique apenas por aí, já está de bom tamanho sua importância regional.

Vai ter que ralar algumas décadas, talvez séculos, para chegar à glórias e a projeção nacional e internacional do eterno Clube de Regatas do Flamengo.

Pois, parodiando Miguel Gustavo, essa taça é nossa, ninguém tasca, com rubro-negro não há quem possa.

Até porque, já ensinava o velho Ulisses GUimarães, não é de bom alvitre contrariar a voz das ruas. Foi o que ocorreu com a nefanda CBF. O povo, a história do futebol, os anais vão registrar daqui a 50, 100 milhões de anos que o Flamengo foi o legítimo campeão brasileiro de 1987.

Isso nos basta: o reconhecimento eterno do povo e da História (com agá maiusculo, revisor, por favor). Quanto aos arquivos da CBF, que se lixe a história oficial.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A santa vingança da ralé

Senhoras e senhores, esta impoluta emissora entra no espaço para informar em edição extraodinária que há gente em Campos que defende os que sacaram os R$ 40 milhões que sumiram da Campos Luz. Devem achar que 40 milhas são apenas alguns caraminguás.

Antes de mais nada, juro que resisti até quanto pude para tratar desses assuntos obscenos e rebaixar a qualidade desta programação de elevado nível. Nossa briosa emissora merece respeito.

Como iria tratar com humor, como recomendam as regras desta casa, essas figuras fantasmagóricas que frequentavam os soturnos labirintos dos porões da orgia e da sacanagem durante esses oito anos?

Pois bem, dissertava eu lá em cima, não é que alguns adevogados de escassos neurônios, jornalistas e radialistas sempre prontos a beijar a mão de quem lhes estenda uma piedosa caridade, também entendem que 40 milhas a menos na algibeira da viuva é coisa de somenos importância.

E ficam a escrigimir espadas contra o trabalho de promotores e delegados em busca de fazer justiça e atender ao clamor da população que exige punição dos canalhas e patifes. Do contrário, sairemos às ruas em barricadas para exigir a soltura dos ladrões de galinha e de potes de manteiga que estão lá na casa de custódia e não sabem o que é habeas corpus.

Algum homem de respeito desta cidade (ainda restam) tem que ter peito pra botar alguém desta nossa Capitania de São Thomé na cadeia. A ira popular merece mais respeito, dirão os homens de bem que se batem por uma Campos altaneira e ciosa de seus valores.

A santa vingança do povo também merece o suor e a luta dos justos, já que não se pode fazer a revolução. Basta de deboche! Dignidade já!.

Aliás, essas figuras insalubres estão todas na mesma marquise. São os mesmos que agora parecem engajados num movimento chamado "Volta Mocaiber", através do qual desejam completar a obra de destruição da cidade.

Querem a volta do macabro, o diretor deste filme ordinário de terror, quando tentam ressuscitar alguns zumbis que já acreditávamos devidamente enterrados.

Durante o periodo de trevas que resutou nos telhados de vidro, esses ordinários seres silenciaram por esperteza, ou por estarem mamando nas tetas.

Alias, neste processo de vergonhosa patifaria, a conclusão a que se chega é que esses zumbis que vivem rondando ppor aí rezam pela mesma cartilha do nefando milico Jarbas Passarinho, quando durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional que resultou no Ato Institucional 5 (AI-5), em dezembro de 1968 assinou o AI-5 e tornou-se logo miseravelmente famoso pela frase infame: "Às favas os problemas de consciência".

Voltando misericordiosamente aos pobres miseráveis daqui, eu bem que avisei que durante esse governo Rosinha haveria de se providenciar com urgência uma fábrica de lenços e tranquilizantes, entre outos paliativos, para reduzir os efeitos do chororô e de tanto ranger de dentes.

Por fim, abstenho-me de prosseguir nesta tarefa hercúlea, não recebo nenhum extra pra isto, não ganho pra engolir estas excrescências, meu fígado pede mais respeito e, ademais, eu escolhi nesta emissora só tratar de coisas mais sérias ou menos insalubres, como o o futebol, por exemplo.

Com esta súcia de malandros e espertos, definitivamente, não dá, não vou gastar meu latim. Só uma casa de correção e uma surra de urtiga nesta molecada.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Basta de colonização; dignidade já

Como um bom religioso e respeitador dos princípios ancestrais da Mãe África, não poderia deixar de anunciar, com pompa e circunstância, que a resenha de hoje, ainda que tardia, é a seguinte: o negão Almir Guineto, com sua voaz rascante e chinfra habituais, aportou por aqui na Capitania de São Thomé (mantenha o agá, por favor, seu revisor traíra) para se apresentar na Morada do Samba, do bom menino Black, ali na 28 de Março, quase no caminho para as praias.

Pois não é que consegui cometer o pecado de não ir a remandiola do crioulo e seus músicos igualmente encapetados...

É que minha adorável e atenciosa senhora conseguiu fazer-me refém de suas dores e outros inconvenientes de um descoforto ósseo nos pés. Falta de uma recauchutagem. E acabei morgando naquela quinta-feira.

Resultado: perdi o show e a esperança e só parafraseando Drummond para ter algum consolo.

De resto, pude aproveitar uma boa parte das diabruras do Guineto lá na Diário FM, onde participo de um programa de samba, ao lado do eclético menino Paulo André Barbosa.
Guineto veio aqui para para mostrar que nosso futuro musical ainda tem salvação. O colored veio como sempre com um samba da melhor qualidade, com tudo de bom que o samba tem.

O salgueirense de boa cepa, com outros heróis da resistência, não sabem ou fingem não saber, mas acabam por ser uma espécie de barricada contra o que a industria cultural americanizada, antibrasileira e desnacional, trama na surdina contra o que de melhor temos em nossa identidade nacional: a nossa mais autêntica música. Ou seja: o samba.

Hoje, chamam de pagode esse produto insalubre produzido pelas gravadores que as rádios tocam.

Sou da época em que pagode era feito no fundo de um quintal, com uma crioulada da pesada, improvisadora, que levava o melhor partido alto, uma coisa com viés de jongo e outros um tanto calangueados, um pessoal que tomava batida de limão e o que viesse pela frente, cavaquinho, pandeiro, viola, tantan, surdo e outras munições.

Tinha até um samba bom, do qual tenho saudades inenarráveis, "O Pagode do Vavá", dos meninos Paulinho da Viola e Elton Medeiros, exaltando essa gostosura que era o pagode e as virtudes do famoso feijão da dona Vicentina.

E não é que hoje pagode virou sinônimo de música ruim tocada pelos belos da vida, os alexandres pires, os gustavos lins e outras excescências...

São aqueles meninos bem comportados, subcolonizados, sem nada na cabeça, sem ambições intelectuais, mas apenas a ambição mercantil de alguns milhões de dólares a mais na conta bancária. São brancos, alguns deles — nada contra a civilização branca, mas com certeza, samba é coisa de crioulo, tem mais autenticidade. Sem eles, o que se faz pode ser tudo, menos samba.

Mas dizia eu aqui desta trincheira que esses meninos, os alienados vendedores de discos, mercadores que se dizem artistas ficam de cócoras para a visão do dominador que nada mais faz do que gradativamente destruir nossos valores contidos na música autêntica que sempre produziu este País e que nos faz respeitados lá fora.

Senhoras, senhoras e senhorinhas, vos confesso que se há algo que faço questão de levar pro meu túmulo é a sumprema honra de morrer heroicamente sem ter que ouvir uma música (?) deste Belo e seus ordinários seguidores.

Resistirei cívica e heroicamente aos que tentarem me submeter à tortura de ouvir essas coisas vagabundas, mistura de samba com musica sertaneja da pior qualidade (não confundir com música caipira) que tentam nos impingir, como se todos fôssemos uns otários para engolir o que os patrões da indústria cultural do norte industrializado nos impõe.

Nada mais estratégico para se dominar um povo do que destruir a sua cultura.

Chega de submissão!!! Vão colonizar à puta que pariu. Este brado retumbante será emitido sempre enquanto houver homens que se baterão com suas ultimas forças por um País soberano e varonil que preza suas raízes de seu povo, seus valores e sua cultura.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Politibol, a política no futebol

Torcida amiga, ouça bem o que vos falo. Desde o tempo em que Zizinho pedia autógrafo e Frienderich que política e futebol no Brasil sempre andaram juntos, pro bem ou pro mal.

Basta lembrar que o governo usou como nunca o futebol, durante a Copa de 1970, e o sanguinário Médici aparecia no Maracanã com seu radinho de pilha para se parecer um homem do povo enquanto milhares de brasileiros eram torturados ou mortos nos porões da ditadura militar pós 64.

Não vi, mas os velhinhos de antanho recrescam a maltratada memória (deles) para lembrarem que o velho Gegê pai também fazia das suas com o futebol, vide a Copa de 1950, quando políticos apareciam nos vestiários (porque esse pessoal adora tanto frequentar vestiários, hein?), e o nosso pai dos pobres fazia seus inflamados discursos para os "Trabalhadores do Brasil!" no velho estádio de São Januário.

Agora, durante esse anúncio que a CBF fez para revelar as 12 cidades escolhidas para sedes da Copa de 2014, eis que dúvida alguma resta para se concluir que cidades menos importantes que as sete principais capitais se beneficiaram de algum modo da politicagem do senhor Ricardo Teixeira — esse moço só tem a seu favor o atenuante de ser rubro-negro.

Como é sabido, Teixeira esteve enrolado até o pescoço com as CPIs do ludopédio em Brasília, onde foi forçado a uma vilegiatura num escritório que instalou por lá a fim de amarrar alguns acordos para livrá-lo de problemas mais sérios.

Logo, ele deve favores, sim, a alguns desses parlamentares, sobretudo os que integraram a tal "bancada da bola" com influência em alguns estados. Pois as ditas otoridades, depois de rebolarem em suas confortáveis poltronas, concluiram que o futebol brasileiro é um poço de virtudes fora das quatro linhas e a CBF é um ambiente de monges e freiras.

Daí que Florianópolis com todo seu estágio de desenvolvimento, rede de hoteleira moderna estrutura viária e povo de elevado poder aquisitivo, foi preterida por Natal, enquanto Campo Grande, que apresentava melhores condições, foi derrubada por Cuiabá. Da mesma forma, Belém foi superada por Manaus.

Só um dado desconserta os que defendem a candidatura da capital do Amazonas, onde o campeonato local tem média de público de 400 pagantes enquanto na capital paraense Remo e Paysandu enche o belo estádio Mangueirão em qualquer jogo,

O problema é que essa horda de ignorantes ou jabazeiros da cronica esportiva brasileira que vive do repasto e das viagens às expensas da CBF tenta transmitir que tá tudo certo. Com as honrosas e raríssimas exceções de sempre.

Bem, graças a uma esmerada consulta ao nosso incorruptível Conselho Editorial, entendemos ser de bom alvitre parar com essas coisas sérias e chatas e politicamente corretas. Essas inúteis e intermináveis elucubrações sobre o nada ou polêmicas inócuas...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O sagrado exercício do ócio

Senhoras e senhores, podem me chamar de velho ranzinza, cansado, ainda que tanha completado só 50.2 este ano. Podem xingarem-me até a ultima geração, mas jamais irei renunciar ao indelével dever de esgrimir espadas, empunhar armas e bradar contra os idiotas que vivem a dar curso à idéia segundo a qual o trabalho enobrece.

O trabalho enobrece é uma frase de efeito criada para ludibriar os trabalhadores ao longo de séculos, uma enganação patrocinada pelas elites, um tipo de percepção que serviu exatamente para aplacar os pobres, isto é, foram os ricos quem pregaram o discurso da dignidade do trabalho para os pobres enquanto tratavam de se manter indignos a respeito do mesmo assunto.

Essa idéia cínica é propalada justo por quem vive de explorar os milhões de trabalhadores pelo mundo afora. Portanto, neca de pitibiriba essa história de que o trabalho enobrece.

Os que proclamam que esta função do trabalho são os mesmos que não assinam a carteira de trabalho ou não pagam horas extras como direitos de seus empregados, que alguns deles chamam de colaboradores.

O que enobrece mesmo o homem é a dignidade, a coerência, a ética e seus congêneres. O trabalho é um fim em si mesmo, é como beber água quando se tem sede. É essencial, mas só é digno se for capaz de prover nossas condições materiais de subsistência.

O trabalho enobrece, mas os nobres não trabalham, já dizia o Bertrand Russell.
Faço este introito (recebam, sacanas, um introito no peito), apenas para justificar minha ausência durante este longo e tenebroso inverno.

Nada mais revigorante do que o sagrado exercício do ócio e da contemplação, que inclui como ritual deitar numa rede, tomar agua de coco, tirar uma de baiano pelo menos por alguns dias.

Mas outras motivações me afastaram da lida diária. Como uma gripe que deixou afônico este rouco locutor, impossibilitado de gritar e orientar os meninos em campo, além de suplicar para que o Cuca pelo menos preste uma mísera homenagem à inteligência a cada peleja. Pelo menos, uma. Ou que pelo menos não atrapalhe — e já estaria sendo inteligente.

E foi isso que o nosso introspectivo comandante ele fez ontem, embora não tenhamos jogado uma partida brilhante.

Vencemos, em parte, porque o chamado Furacão se encontra despossuído de sua capacidade devastadora de outrora.

Depois desta retumbante e contundente explanação, vamos ao mais importante, porque um valor mais alto se alevanta, com direitos autorais para o menino Pessoa.

Mas o seguinte é este: abaixo a discussão sobre a crise mundial, a gripe suina, o arsenal da Coréia, o avião que caiu.

O Brasil, como uma parte mais inteligente do Mundo, apenas discute a transmutação do nosso Imperador (mantenha a inicial com caixa alta, por favor, revisor herege), um episódio que já suscita estudos e dissertações em foruns de discussões multidisciplinares, da psicologia e da semiótica.

Sim, porque o abençoado Adriano se sentiu novamente em casa. A certeza é a de que passou em sua cabeça um filme ao reencontrar o seu berço, ao rever a Nação Rubro-Negra a gritar em uníssono seu nome.

Já disse aqui desta isenta tribuna que o menino Adriano é desses que possuem a ventura, os atributos e predicados intelectuais e culturais que levam um cidadão a ser capaz de entender o que é vestir e camisa Rubro-Negra. Do que é ser Rubro-Negro.

Então, nada mais razoável esperar uma dedicação tipica de um devoto sensível à nossa justa causa. O abenonçoado Adriano já sentiu na pele, desde a tenra idade, a graça divina, o significado do que é fazer a alegria de um povo. Que não é um povo qualquer.

São 35 milhões (algumas pesquisas seriam 37 milhões) de brasileiros espalhados pelo mundo afora, uma multidão cujos seguidores superam à população da maioria dos paises do globo terrestre.

Há rarissimos cidadãos no mundo, em todos os tempos, que tiveram a fortuna de ouvir seu nome gritado por uma multidão de mais de 70 mii pessoas. São pouquissimas, escassas as exceções. Fidel Castro, Mao Tse-tung, Getúlio Vargas...

O inolvidável Fábio Luciano que o diga em sua gloriosa despedida. Chegou às lagrimas e confessou não haver nada mais gratificante no mundo do que ser idolo da torcida desta Nação que faz de seu clube uma entidade sagrada e imorredoura, para a felicidade deste País. Mais do que uma paixão, uma religião.