terça-feira, 28 de julho de 2009

Como dizia Machado

O menino Joaquim Maria, mais conhecido como Machado de Assis, que fazia suas bruxarias no Cosme Velho, com sua crueza habitual dizia que a morte é coisa séria. Não comporta ironias.

A morte é o fim do caminho, como já ensinava mestre Tom, menino que também sabia muito das coisas.

Quando a vida flui nas veias, o homem enfrenta muitas batalhas, vence umas, perde outras tantas, dribla algumas desgraças e tragédias, mas há uma última luta inexorável, quando aparece a velha senhora a nos espreitar.

No momento da visita fatal, só resta a resignação de ter feito o possível aqui para ser bom, correto, fraterno e ser lembrado como tal.

Não conheci, particularmente, o Zé Carlos, um dos heróis que vestiram o Manto Sagrado (também do Americano, que, pasmem, não lhe prestou uma mísera homenagem), mas pelo que me foi passado pelos bravos companheiros que cobrem ou cobriam à época o alvinegro do Parque Tamandaré, tratava-se de um sujeito correto e bom.

Uma pena que tivesse a vida abreviada tão jovem por esta enfermidade devastadora, uma batalha contra a qual o Homem ainda não logrou triunfar em pleno Terceiro Milênio, enquanto gasta fortunas de trilhões de dólares em guerras fratricidas.

Enfim, resignava-se o bravo Saldanha, vida que segue. Na vida, todos sabemos que nascemos, vivemos e morremos. E, dizia o filósofo, "o melhor da vida é a vida que se leva, porque da vida nada se leva".

Mas, entrando na seara da batalha que homenageou nosso herói extinto com uma vitória, eis de repente, fez-se luz neste Campeonato Brasileiro e o Flamengo voltou a vencer. E venceu logo naquela briosa praça esportiva onde nasceu um menino franzino que recebeu na pia batismal o nome de Edson. E que viria mudar a história do ludopédio. O resto da história, todos sabem.

Sei não, mas de quando em vez tenho uns ataques de pitonisa. Um triunfo no domingo, contra o Galo e sua espora afiada de líder, não é lá uma efeméride fora das mais razoáveis cogitações. Afinal, como o Rio inteiro sabe, o Brasil também (e quiçá o mundo), o Mais Querido clube do planeta, com seus 35 milhões de religiosos, costuma brilhar mesmo é contra time grande, que joga e deixar jogar, num palco como o Maracanã.

Só para fechar a prosopopéia de hoje, o mesmo Obina, que no Flamengo andava gordo e quase sempre acima do peso, anda leve e voando como uma pluma, é artilheiro do Brasileiro e faz a alegria do Porco.Razão mais do que suficiente para que a preparação física rubro-negra receba uma carta pelos "relevantes" serviços prestados ao clube e conheçam todos o olho da rua.

domingo, 26 de julho de 2009

A palvrinha mágica

Amigos, pela mãe do guarda, mas a verdade que tortura, mas redime e liberta é essa: o Goytacaz não se emenda. Continua em sua inarredável vocação para um profissionalimo meio amadorísta ou um amadorismo quase profissionalista.

E não é que a diretoria — leia-se o presidente Zander Pereira, que faz tudo e não precisa de alguém para organizar nada — entrou em rota de colisão com o Célio Silva.

Futebol não se ganha com torcida. Fosse assim, o Corínthians não ficaria sem titulos 24 anos, o
Flamengo seria campeão todo ano e o Galo vingador das Alterosas não ficaria 38 anos sem um titulo brasileiro.

Taí o tal Barueri, antes o São Caetano, para desmentir que planejamento e organização são essenciais.

Mas, nada que surpreenda. Na Rua do Gás, nunca houve lugar para essa palavrinha mágica chamada ORGANIZAÇAO, um dos males que jamais permitiram que o clube se reencontrasse com suas tradições. Saudades dos tempos do saudoso Amaro Gimenes.

O time tem bons valores, mas carece de alguém que aposente o Rondinelli e lhe agradeça pelos bons serviços prestados à casa. Mais uma vez, o menino de São João da Barra, que já jogou um ludopédio de primeira, mostrou uma bola de time de bancário ou aquela turma que se divide entre casados e solteiros correndo atrás de uma bola.

É bem verdade que contra o time do supermercado — não vou fazer propaganda porque a organizada departamento comercial da emissora me puxa o abanador — , o onze do Nei Silva atuou desfalcado do excelente goleiro Erivelto, do não menos excelente lateral Hamilton, além do Schnneider, ainda que fora de forma.

A entrada do Cafezinho e o recuo do Jean para as funções de armação deu mais velocidade ao ataque e dinamismo ao meio-campo.

Com a entrada do Valdiran e do Valdir Papel, se ambos (ou um deles pelo menos) estiverem em boa forma, a torcida já pode comprar mais fogos.

Precisamos reagir a esta infâmia

Amigos, a verdade que salva, liberta e redime é essa: o time é limitado, igual ao Cuca, não dá mesmo pra ganhar do tal Baruri, que é bem armado mas não é nenhum Barcelona ou Manchester. Se não ganhamos desse time, vamos ganhar de quem?

A verdade é que o momento não é de desespero, mas preocupante. Antes, tinhamos um meio-campo razoável, mas não tínhamos atacante. Agora, com atacantes, ficamos sem me-campo.
Para completar a desdita, os laterais não funcionam mais. Salários atrasados?

Vi o videotape do jogo pela madrugada. Me arrependi. Sem contar os desfalques e a crise que afeta o psiquismo de qualquer elenco, a atuação do time já teria lugar garantido numa hipotética lista de nossas piores atuações em nossos gloriosos 114 anos de história e protagonismo.

O problema não foi a performance do time. A Natação Rubro-Negra sabe o que é essa saga do espírito rubro-negro e sempre consagrou jogadores que encarnavam essa alma de dedicação e entrega à nossa causa em campo.

O desinteresse e a falta de sangue de alguns jogadores que saíam de campo como se nada de mais grave tivesse acontecido é reflexo do quadro de desmandos do Flamengo, onde acontece de tudo e nada acontece.

Empatar com o Barueri, em pleno Maracanã, é caso de polícia. Esses caras têm que ser presos.

Sou do tempo em que, após um resultado desses dentro de casa, os jogadores iam pro vestiário cabisbaixos, pediam desculpas e prometendo trabalho redobrado nos treinos e reação imediata na próxima contenda.

Hoje, os caras empatam de maneira ridícula e saem trocando camisas e sorrisos, não querem falar com a imprensa, não querem dar explicações à torcida que paga os seus milionários salários .

Basta. Essa comissão técnica, essa diretoria (se tiver alguma moral com o elenco, o que duvido) precisa fazer um trabalho sério com esse elenco. Esses caras precisam urgentemente entenderem de uma vez por todas algumas verdades históricas.

Quem joga no Flamengo tem a obrigação de saber que sem raça, sem suor e sem comprometimento até o Manto Sagrado, indubitavelmente o uniforme mais poderoso do futebol mundial, não passa de uma camisa vermelha e preta.

A torcida também tem que cumprir a sua parte. Em Salvador, diante dos seguidos fracassos do time e de uma diretoria das mais incompetentes, a torcida do Bahia se uniu em torno de uma campanha denominada "Público Zero", cuja propositura é não ir aos jogos da equipe em casa enquanto perdurar a vergonha.

Taí uma idéia que me apetece, se essa mulambada persistir com essa mediocridade ambulante. Raça já, é agora ou nunca. Temos que reagir a esta infâmia hoje contra o Santos, lá na Vila Famosa, onde se jogou um dia o ludopédio mais aplaudido do mundo, com o menino Edson e seus súditos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A megalomania do trem-bala

O grande mal de alguns governantes interesados em fazer algo impactante, mas de discutível interesse, é realizar obras megamomaníacas que os eternizem ao curso do tempo. Em Brasília, às vésperas de uma eleição, anuncia-se o tal do trem-bala, cujo tempo de viagem entre Rio e São Paulo

O custo dessa obra, inicialmente orçado em R$ 9 bilhões, subiu para R$ 17 bilhões. Meu olfato e minha capacidade sensorial me levam a crer essa história acabará no odor que passou a exalar as obras do Pan.

Agora, diante de estudos mais aprofundados da topografia da região entre os dois estados que será cortada pelos trilhos, já se fala em R$ 30 milhões, pelo menos é o que consta nos ultimos dias nos jornais.

O questionamento que se faz é: que ou quais interesses atende essa obra? Qual o quantitativo de pessoas que viajam entre as duas cidades? Qual o seu custo-benefício, sabendo-se que seu trajeto durará um pouco menos do que a viagem pela ponte aérea entre as duas cidades, hoje com tarifas bem menos onerosa que há 15 anos atrás?

Outr pergunta que se impõe: quais empreiteiras hoje esfregando as mãos diante de mais esse maná que lhes cai dos céus (ou dos infernos?) serão beneficiadas com a coisa megalomaníaca cujo custo-benefício é bastante discutível?

Em duas metrópoles onde ainda não se conseguiu solucinar os graves problemas do transporte de massa, cada vez mais cruel para os milhões de trabalhadores que saem de madrugada dos subúrbios para as duas cidades para chegar no trabalho todas as manhãs, convenhamos tratar-se de mais uma obra faraônica, uma apelação com interesses eleitoreiros.

Imaginem se esse dinheiro fosse carreado para obras como a extensão da linha 4 do metrô no Rio, que beneficiaria um enorme quantitativo de pessoas que trabalham na Barra da Tijuca...

O Metrô do Rio beneficia apenas 500 mil usuários diariamente numa metropole cuja região metropolitana de cerca de 12 milhões de pessoas. E as linhas do metrô até São Goncalo, Barra, Ilha do Governador?

O metrô é uma das mais preciosas invenções da engenharia. A malha metroviária de São Paulo também é ridicula, possui 61,3 km, ainda muito pequena para uma metrópole de quase 20 milhões de habitantes. Ocupa a 41ª posição em extensão entre todos os metrôs do mundo.

Se esses recursos fossem concentrados na extensão dos trilhos do metrô de São Paulo até Vila Sônia, uma das regiões mais pobres da capital...

Aqui em Campos, cidade de médio porte que há muito carece de investimentos vultuosos na área viária e do transporte de massa, buscou-se recentemente o mesmo exercício de megalomania.

Uma megalomania eleitoreira, quando o deputado Arnaldo Vianna, então candidato a prefeito, lançou um balão de ensaio para ganhar a eleição com a proposta de metrô de superfície, sobre a Avenida 28 de Março. Tudo sem estudos técnicos convincentes e custo-benefício altamente discutível.

Seria mais uma oportunidade de torrar irresponsavelmente a verba dos royalties do petróleo para outros fins, como sempre ocorreu nesta cidade.

Em Macaé, que ainda não chega a ser uma cidade de médio porte, o prefeito Riverton Mussi acena com projeto de Veiculos Leves Sobre Trilhos (VLT), onde serão consumidos mihões que transportão 600 pessoas/dia.

Por que, ao invés de perder tempo com obras como essas, não articular com o governo estadual soluções para o grave problema viário que se tornou o trajeto entre a cidade e Rio das Ostras, onde se pode levar cerca de 90 minutos numa viagem que poderia durar meia hora?

Se a sociedade não se muniar de capacidade de pressionar governantes irresponsáveis na direção da aplicação correta dos recursos públicos, o retrocesso será inevitável, com problemas sempre adiados, com efeitos multiplicados e cada vez mais de dificil solução.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A grande mídia e os economistas

Queria que alguém me explicasse as razões pelas quais a grande mídia recorre quase sempre ao ex-ministro Maílson da Nóbrega para emitir seus palpites quando de oscilações, crises e solavancos na economia brasileira.

Sua importância, pelo menos a que lhe conferem esses veiculos de comunicação, é desproporcional ao seu desempenho como formulador de políticas quando assessor governamental ou mesmo Ministro da Fazenda no governo Sarney.

Foi uma época em que os cidadão brasileiro foi mais duramente apenado em suas economias com políticas sempre danosas ao Pais, com uma inflação que chegou a níveis estratosféricos e insuportáveis.

Nos grandes desajustes às cadernetas de poupança, as perdas chegaram a 20,37%. Nenhuma regra foi definida em relação a ajustes salariais. Os prejuízos causados aos poupadores com o Plano Verão chegam a R$ 70 bilhões, perdas até hoje reclamadas na justiça pelos pobres cidadãos brasileiros.

Mailson só aparece, como determinados economistas ocupam genresosos espaços nas colunas da Mirian Leitão, porque servem a interesses antinacionalistas que contemplam os interesses corporativos do grande capital, numa política contínuam que empurram para a exclusão estratos consideráveis da população brasileira. Sobram, então, as migalhas do Bolsa Família para essa camada mais despossuída.

Num pais de profundas e vergonhosas desigualdades sociais, sem similar nas nações em desenvolvimento, economistas e comentaristas de economia sempre estiveram numa linha que sustenta a continuação dos grandes interesses do capital internacional e a manutenção dos status quo.

Sinto saudades dos keinesianos, dos economistas e jornalistas da área com larga compreensão do Pais e propunham um modelo alternativo de soberania do Brasil como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, ou Aloisio Biondi... O único remanescente desta linhagem ainda em atividade é o professor Carlos Lessa, confinado em suas atividades acadêmicas.

São os mesmos tecnocratas que quando se afastam ou são afastados do governo se munem de um arsenal de tantas informações, que passam a atuar em outro palco, dando conselhos e prestando serviços a grandes grupos empresariais.

Mesmo os que não são economistas operam em sentido contrário ao discurso que fez do PT um partido das massas, como José Dirceu, consultor do bilionário mexicano Carlos Slim, dono da Embratel e homem mais rico do mundo, ou Luiz Gushiken, que opera entre os fundos de pensão. Antônio Palocci circula em seus movimentos como consultor financeiro de grupos empresariais.

E assim caminha a humanidade. Cada vez mais distante das utopias, dos sonhos, algo que torna a vida tão vazia, inssosa e sem sentido.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

PINGA FOGO

Racha no samba
O pau quebrou na Campos Difusora agora à noite entre o pessoal do carnaval de Campos. Um grupo de cinco escolas de samba quer criar uma liga à margem da Associação das Escolas de Samba de Campos (Aesc).

Alegam que a Aesc não tem mais condições de estar à frente da organização do carnaval, que se resume aos tres dias de desfile anual. Vão pedir a desfiliação.

A prefeita Rosinha Garotinho bem que acenou com uma proposta de revitalização do carnaval, dotando os desfiles de uma excelente estrutura este ano, anunciando também a construção do Centro de Estudos da Cultura Popular (Cepop), mas os carnavalescos têm que dar a contrapartida, demonstrações que merecem esta atenção da prefeita.

A propósito, o Ministério Público se debruça sobre a analise de contas de agremiações que não prestaram contas das subvenções deste ano. É fundamental a moralizaão do carnaval campista, cuja imagem tem sido de muito desgaste perante a comunidade.

Sem generalização, a idéia que se faz é de um grupo que aguarda sair o dinheiro fácil da prefeitura para se dar bem. O bicho vai pegar.

Ariel Chacar, presidente da Aesc, que ouvia a entrevista do Jaiminho Pessanha (da Ururau) no programa Comando Geral, do Rone Pereira, vai usar hoje o mesmo espaço.

Ariel esperneou mas não poderá impedir que as escolas criem uma outra entidade, até porque há um preceito constitucional que permite a qualquer cidadão ou cidadãos o livre direito de associação ou constituição de entidades ou organizações. A queda de braço promete novo round.-

Alelúuuia!!!!!!!!!!!!!
A Praça São Salvador tem sido ocupada por grupos evangélicos que ligam seus auto-falantes com decibéis as alturas. Os "homens de deus" deixaram de fazer suas pregações em altos brados no Calçadão, à altura do finado pelourinho. A propósito, uma pergunda se impôe: onde está o monumento?

Falta de humanidade
É ruim de dizer ou escrever, mas é verdade que muitos funcionários tratam a população, principalmente os mais humildes, com descaso e de maneira grosseira.

Não é um problema restrito a Campos, muito menos ao setor de saúde, mas muitos funcionários tratam os cidadãos como um estorvo, um problema do qual querem se livrar o mais rápido possível.

De uma maneira geral o atendimento melhora quando se conhece alguém que trabalha dentro da unidade de saúde. É um absurdo! Quem já precisou sabe que é verdade. Não é problema deste governo, mas de todos os governos.

Desta vez, não
A casa do Alexandre Mocaiber não recebeu (desta vez) "inconveniente" visita da Polícia Federal. O pessoal do rádio (leia-se Barbosa Lemos e Rone Pereira, da Campos Difusora) se precipitou ao anunciar que a residência do ex-alcaide tivesse sido diligenciada pelos agentes da PF.

Na verdade, tratava-se de um funcionário da PF que precisou ir à Santa Casa de Misericórdia, e encontrou uma única vaga no local para estacionar o veículo oficial... Onde mesmo? Ali bem em frente à casa do prefeito.

BL, um repórter de um faro muito apurado, sem dúvida alguma, desta vez foi com muita sede ao pote na ânsia de dar mais um furo na concorrência. Devagar, "meu bichinho"...-----------

Café da manhã
A Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC) inicia uma parceria com três empresas de ônibus, entre elas a 1001, a fim de proporcionar mais facilidade, conforto e segurança aos comerciantes que costumam ir à São Paulo fazer suas compras.

Durante um café da manhã, nesta terça-feira às 10 horas, no auditório da ACIC, será inaugurada pela entidade e as empresas a Sala de Apoio ao Cliente.

Os comerciantes agora contarão, entre outros benefícios, com um microônibus para transportá-los diretamente até o local das compras. Mais uma boa iniciativa do presidente da ACIC, Amaro Ribeiro Gomes.

domingo, 19 de julho de 2009

A odisséia e a liderança do Goyta

Amigos, pois vos digo que a briosa massa alvi-anil tomou-se de alegria, contentamento mesmo, de júbilo n’alma, quando ouviu ao final do jogo de hoje meu amigo Sérgio Tinoco a gritar a plenos pulmões que o Goyta velho de guerra havia virado a refrega contra o tal Miguel Couto.

Calma, que não é nenhum time do hospital localizado no Leblon ou do médio ilustre, mas uma agremiação esportiva de uma localidade da periferia de Maxambomba, como era conhecida a simpática Nova Iguaçu. O Sobre Campos também é "curtura", ora.

Voltemos à vaca fria (não me perguntem porque o pobre animal foi escalado pelo folclore para ter ssa temperatura...), esse time pode ainda dar caldo. Alguns senões, entretanto, precisam ser sanados. O Schnneider pode ser bom jogador, mas se encontra completamente fora de forma. Se fosse eu o Nei Silva já teria experimentado testar o Flávio Pinto, que leva jeito pra jogar ali.

Pode ser que esteja equivocado, mas algo me diz que o Valdiran, com o Cafezinho, darão a vitalidade ao ataque. O resto, é esperar que o Rondinelli não tenha esquecido de jogar futebol.

O campo do Marrentão parecia mais atolado que o Romário na Justiça, ele mesmo que emprestou ao estádio o nome que traz desde que veio à pia batismal.

Mas o gramado infame não permitiu ainda ao Goyta nenhuma uma exibição convincente, mas os três pontos e a liderança em seu grupo estão garantidos.

A segunda divisão do futebol do Rio só não chega ser pior do que o Senado Federal. Estádios
precários, campos ruins, arbitragens piores ainda...

Uma Federação estapafúrdia, lenta, pachorenta, que abriga muita gente incompetente, parecendo mais o incrível Exercito de Brancaleoni, que só contribui para agravar o quadro. Coisa muito séria...

Olha, se o Goyta subir mesmo este ano à primeira divisão, a torcida pode bradar aos quatro ventos e a nossa imprensa terá o indeclinável dever de destacar, acima da dobra, em letras garrafais: será de uma proeza épica.

Sem vida inteligente

Não tenho mais paciência para me ocupar em torno de tantas coisas mediocres, mas para não perder este estimado emprego, prossigo nesta cruzada, a cruel empreitada que representa hoje torcer pelo Flamengo. Um time limitado, previsível e nulo contra qualquer adversário mais ou menos organizado ou aplicado no plano defensivo, como foi hoje contra o Botafogo.

Não nos iludamos. Fogo de palhas foram os raros espasmos que tivemos nas partidas contra o Inter e umas poucas nas quais esse time transmitiu alguma idéia de sobrevivência digna no Campeonato Brasileiro.

Hoje, a sensação concreta é a de que vamos precisar de muita reserva de energia e braçadas vigorosas para não morrer na praia lá na reta final de competição.

A minha imparcial e justa ira divina contra as misérias que assolam a Gávea não passa por algumas sandices do Cuca. Ele não sabe o que faz, perdoemos, perdoe-o senhor... Ele não sabe o que faz, até mesmo por suas limitações.

Mas não irei aqui invocar os séculos de desmandos na Gávea. É assunto para um tratado sobre a miséria humana.

A existência do Flamengo é um milagre da natureza, porque não foram poucos os que tentaram e ainda tentam destrui-lo.

Não fosse a vocação para a grandeza, já teriamos sido destruídos pelos nossos algozes e outros capos da máfia que habita a Gávea.

Mas não posso aqui ficar falando do passado, de memória, sob pena de ser demitido desta imparcial, proba e valente tribuna. E tento elevar o nível, citando (mal) Ortega y Gasset: "O homem é o homem e suas circunstâncias".

E as circunstâncias de hoje são as coisas que atualmente vestem a camisa do Flamengo, Willians e Toró, entre eles.

Não vou fazer aqui nenhum arrazoado sobre as nossas mazelas, mas minha tese é a de que mesma situação de orfandade que acometeu Ronaldo Angelin, depois de abandonado por Fábio Luciano, ora ocorre também ao Kléberson, após o êxodo do Ibson.

Cadê aquele futebol de seleção brasileira, menino?

É muita nulidade junta, que não tá a altura de um clube que detém 35 milhões de religiosos e fiéis aficcionados em todo país e mundo afora.

O Flamengo tem Adriano e Emerson, dois bons atacantes, sem que haja um municiador com alguns neurônios a mais. Nosso meio-campo já não era lá essas coisas com o Ibson e seu jogo picotado, de passes curtos e jogadas previsiveis.

Mais do que nunca, o time agora tornou-se um "conjunto" acéfalo, deserto de idéias, um espaço sem vida inteligente.

A alegria, entretanto, não abandonou (ainda) este recinto. Até porque, nós destas capitanias hereditárias da terra de Santa Cruz, somos capazes de rir da nosssa própria desgraça para não piorar.

Afinal, aprendi logo alguns sagrados ensinamentos segundo o qual "só peru é que morre na véspera" e "não tá morto quem peleia".

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Estrangeirismos

Tenho uma certe síndrome de Policarpo Quaresma. Não consigo engolir sem uma ponta de frustração, descontentamento, sei lá o quê, o uso indiscriminado de palavras estrangeiras.

Estive no Rio, durante minhas recentes férias, fiquei impressionado com a proliferação de expressões em inglês que indica a designação nominativa das lojas e suas fachadas.

Frise-se que percorri alguns locais do Centro e da Zona Sul, não cheguei até a Barra (não sou muito chegado aquelas paragens), onde, me contaram, a situação de subcolonização é bem pior.

Pior do que isso, só a perseguição dos fiscais do Eduardo Paes aos camelôs na Glória e no Catete (vi com meus próprios olhos a forma truculenta da abordagem) e a péssima conservação de alguns prédios em Santa Teresa.

Não se trata de radicalismo chauvinista ou coisa que o valha, mas sou filho (ou seria neto?) do pós-guerra, meus pais e ascendentes cresceram sob o sentimento de prevenção quanto a tudo que se referia à grande potência do norte.

Não sei até que ponto tudo isso faz parte de uma estratégia de dominação dos chamados países-satéliters pelos ianques.

Sou meio ignorante em relação ao entendimento de acadêmicos ou especialistas sobre os caminhos ou descaminhos da política internacional.

Entre esses, estão alguns embaixadores que possuem uma visão bem mais prática e abrangente de comércio internacional ou incorporaram/assimilaram os valores da cultura dos EUA.

É com certo sacrifício que ouço uma menininha colega de redação dizer que vai pra nigth encontrar-se com um cat.

Há entre nós, jornalistas, um deficit de conhecimento mínimo da macrorealidade que nos cerca que nenhum diploma será capaz de solucionar.

Acabar com a necessidade do diploma também não é saída para melhorar a formação dos jornalistas.

O imperativo é que as faculdades renunciem ao papel de meros fornecedores de diplomas e cumpram a missão de formar jornalistas-cidadãos, com plena noção do seu papel na contrução do conceito de cidadania e de um projeto de nação.

A cassação de Sarney

Não cabe mais pedir ao senador José Sarney que renuncie. Não cabe mais denunciá-lo pelas irregularidades que se acumulam à sua volta. O Senado da República, se pretende escapar vivo à carnificina moral que se abateu sobre ele, tem de assumir a responsabilidade da cassação do mandato de seu presidente.

Enumerar as irregularidades na Câmara Alta, ou mesmo as pessoalmente debitadas ao presidente, está ficando cansativo. O que se acumula em denúncias já é caso de polícia, de investigação do Ministério Público e da Polícia Federal. O Senado, o que precisa, é cumprir sua missão constitucional e promover uma varredura geral na presidência e nas diretorias da Casa.

Por muito menos do que se abate agora sobre José Sarney outros senadores foram cassados e não apenas execrados pela opinião pública.

Ocorre que a lama respinga em todos os representantes federativos do povo. Em cada estado, o senador representante está sendo visto como uma espécie de "bandido da luz vermelha", que comete crimes às escondidas, e muito mais porque não se decide a afastar Sarney da Presidência que pelos desvios que possam ter cometido.

Quantos escândalos ainda vão estourar até que os senadores tomem consciência de que são homens públicos e de que uma das principais instituições do país chafurda no esterco por culpa única e exclusiva de um presidente que não toma a única decisão menos humilhante para ele: a renúncia.

Tal resistência no cargo dá aos senadores o direito de abrir um processo de cassação do mandato de Sarney. Ele não vai sair dali enquanto tiver o apoio do presidente Lula e for possível a construção de CPIs fajutas e a armação de Comissões de Ética sem nenhum objetivo.

Repetimos: o caso da Petrobras, o outro da Eletrobrás, os processos contra o filho do senador, Fernando Sarney, as relações perigosas com o Ministério de Minas e Energia impõem, para alívio da alma brasileira conspurcada, um processo de cassação do mandato e não apenas o afastamento ou renúncia da Presidência.

É a história de uma Nação vilipendiada que obriga os homens públicos a decisões mais drásticas. Há momentos em que mesmo o corporativismo mais visível tem de ser posto de lado para que a Justiça seja feita.

O povo brasileiro não está agüentando mais tanta conversa fiada, tanta denúncia sem resposta e quer Sarney de volta à solidão de suas bibliotecas, nunca mais como guardião dos princípios federativos que norteiam a República.

Editorial do Jornal Pequeno, de São Luis, 16 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vitória apertada, sofrida e suada do Goyta

Já denunciei aqui que o meu dia-a-dia é deveras cruel devido à rotina de minha vida operária, que não permite as delícias do sagrado direito ao ócio, na medida certa e em doses reparadoras.

Então, eis que o dever da lida me impediu de ir ao Aryzão assistir à estréia do Goyta na segundona, nesta auspciosa quinta-feira.

Tudo devido aos meus afazeres profissionais, por conta desse meu extremado apego ao labor.

Afinal, tenho o saudável hábito de contribuir para a compra do feijão e do leite, afinal, alguém tem que trabalhar nesta joça.

Mas vamo parar com essa prosopopéia que não leva nada a lugar algum.

Voltando à vaca fria, soube que o time jogou a conta do chá para vencer o Aperibé, berço de Geraldo Bras, um dos grandes craques da história do Americano e do próprio Goytacaz.

Dizem os que frequentam o Aryzão que há tendência é a de que o time cresça muito durante a disputa, revigorado com mais alguns novos reforços.

Desta vez, não houve razões para o torcedor tomar-se de sua ira santa, de bradar aquelas coisas terríveis e impublicáveis, contra os homens vestidos de preto que aqui vêm pra afanar o pobre e indefeso Goyta velho de guerra.

O Pudim já garantiu que este ano não vai ser igual aqueles que passaram. E ninguém vai meter a mão grande no time do povo.

Vi umas belas fotos no excelente Ururau, site do meu amigo, o bom/grande garoto Leandro Nunes. Dá gosto ver o sofrido povo de azul, a cor da esperança. Velhos torcedores com agitação e entusiasmo juvenil; outros, ainda adolescentes, que parecem já ter testemunhado seguidas glórias alvi-anis. É a tradição filial que acompanha os pais na escolha de um time local para torcer.

Vamulá, galera, porque o Goyta há 17 anos na segundona é uma ofensa às tradições alvi-anis e ao próprio futebol de Campos. Reagiremos este ano a esta infâmia.

De resto, acompanhar futebol pelo rádio de Campos, se o cabra não tiver bem ligado no rádio, se perde ou leva susto.

O grito de gol do bom narrador Luiz Fernando, da Campos Difusora, me trouxe uma dúvida atroz, precisou que alguém me prestasse socorro para informar-me que era só o tento da vitória de estréia do Goyta. Mas parecia o gol do título.

O rapaz tem futuro, mas precisa parar de fazer suas enunciações em gritos altissonantes. Pare de gritar, menino, que tu tens potencial e vai longe.

domingo, 12 de julho de 2009

Vamulá Mengãoooooooooooooooo...

Distintos e caros amigos que têm o hábito saudável de torcer pelo Mais Querido clube do País, confesso que nesta minha vida em que nada foi um mar de rosas, ser aficcionado do glorioso Clube de Regatas do Flamengo na tarde de hoje é padecer no paraíso.

Padecer porque é dia de todos os Rubro-Negros do céu, da terra e de outros planetas se multiplicarem para um desafio.

Seguinte: o time é bom mas não há reservas de qualidade em suficiente número para suprir seis ausências, complica. No paraíso, porque ainda que padecendo, resta-nos o alívio de sermos rubro-negros.

Ou você se imaginaria torcendo por um outro time qualquer?Voltando à vaca fria (por que fria?, não me perguntem), voltemos à contenda de logo mais.

Tá certo o Cuca, diante das adversas circunstâncias, em se resguardar com três zagueiros, tornando a defesa mais consistente, enquanto pode, com a mesma escalação, lançar mão de certa liberdade do Everton e do Juan pelas laterais — ala é o cacete, né mesmo seu Françuel, lá da velha Bahia?.

Ademais os adversários são os metidos a besta do Morumbi, o São Paulo. A refrega é lá no prego, ou seja, na casa do oponente deste domingo.

Mas como o Flamengo é a cara do Brasil e Rubro-Begro é a cara do brasileiro, não desistimos nunca. Flamenguista, profissão: esperança.

Mas não quero aqui propagandear a estética dolente do Augusto dos Anjos. Vamos reagir a esta sorte adversa.

Não transformaremo-la em infortúnio, numa desdita. Nosso povo é brioso, valente e guerreiro. E esse calor costuma sempre levar fluídos inexplicáveis aos nossos meninos no relvado, como dizem os portugas.

É por essas e outras que eu, mais 37 milhões de brasileiros e boa parte do mundo inteiro, ergueremos as nossas vozes altissonantes, em gritos unissonos, a partir de 16h: Vamulá Mengãooooooooooooooooo...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A sorte está lançada

As articulações para as eleições de 2010 no Estado do Rio estão em curso. Uma passada pela capital conclui-se que os votos da cidade do São Sebastião serão bastante divididos porque disputados entre candidatos que possuem grande penetração na metrópole.

Há uma razoável pulverização, visto que candidatos como Fernando Gabeira, Lindberg Farias e Wagner Montes, com eleitorado marcadamente urbano, disputarão esses 4,5 milhões de eleitores, com o governador Sérgio Cabral e o ex-governador Anthony Garotinho, hoje os dois mais fortes antagonistas da sucessão estadual.

Além de terem que se embrenhar na disputa do eleitorado da capital, restam os votos interior, incluindo a Baixada Fluminense e a região de Niterói e São Gonçalo, que totalizam 6,3 milhões de eleitores, quase 60% do eleitorado. Sem dúvida, um quantitativo por demais representativo expressivo para ser ignorado.

Garotinho tem grande penetração entre as camadas de menor poder aquisitivo da capital e da Região Metropolitana do Grande Rio. Em seu governo, a revitalização da indústria naval criou milhares de empregos, bem como a vinda da Companhia Siderúrgica do Atântico (CSA), na região entre Santa Cruz e Itaguaí. Na Zona Oeste, sua força é também inegável.

No interior, Garotinho tem o que mostrar, porque ninguém mais construiu escolas, ginásios poliesportivos, pontes, estradas do que o ex-governador. Em cada município fluminense, há uma marca do seu governo e da sua sucessora, Rosinha Garotinho, sua mulher.

Sem contar pontes, estradas e escolas, na região Norte Fluminense, a marca do seu governo e o Rosinha, sua sucessora, foram os complexos do Açu e de Barra do Furado. O que por si só bastam.

Sérgio Cabral reconhece este poderio de Garotinho e, por isto mesmo, dedica-se agora a percorrer os 92 municipios do interior para tentar equilibrar a situação.

Tenta atrair prefeitos, vereadores e outras lideranças. Encontra dificuldades. O problema é que o governador pouco ou nada fez pelo interior em dois anos e meio de governo.

Garotinho, por sua própria origem, logo se identificou com os prefeitos interioranos, assumiu compromissos e os cumpriu, buscou reduzir as desigualdades entre os outros municípios e a capital do Estado. Em suma, Garotinho é o homem do interior.

Já Cabral é tido como o rapaz nascido e criado na Zona Sul, onde a notícia de um buraco em Copacabana adquire importância maior do que o drama e a fatalidade de uma enchente em Campos ou Itaperuna. Como quase todos os ocupantes do Palácio Guanabara, tornou-se mais um prefeito da capital do que um governador de todo o Estado.

Como disse César, o imperador da Antiguidade, ao atravessar o Rubicão, “Alea jacta est”, ou seja, a sorte está lançada.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Me inclua fora dessa, vereador

Fui à Câmara Municipal ontem cumprir meus afazeres profissionais e encontrei-me com o vereador Marcos Bacelar, que cumprimentou-se normalmente e fez referência à informação aqui postada sobre a ação da Polícia Federal em sua residência, na última quinta-feira. Disse que ficaria de olho no meu blog e passou tudo o que pensa sobre a ostagem feita aqui à PF.

A matéria foi apurada com informações do site Ururau, eram pouco mais de 9h, do último dia 9. Só que devido ao "fuso horário" do relógio do meu blog, postagem saiu como estivesse publicada às 6.10h, como de fato ocorreu.

Quem me conhece sabe do meu temperamento dispersivo, desligado e pouco dado às mudanças tecnológicas que afetam meu trabalho. Como não sou de ferro, não resisti à invasão digital e lancei o blog.

Mas não sei mexer em computador ou utilizá-lo em suas múltiplas funções. Apenas tenho capacidade e interesse em abrir a máquina e redigir meus textos.

Preocupo-me apenas em escrever, que é o que sei fazer. Se é que sei.

Em princípio passei a postar coisas para o deleite, com temas banais como futebol e outros, além de uma forma de brincar de forma séria com as palavras, mas logo depois decidi que trataria de assuntos fora do terreno das amenidades.

Logo, vou avisando que não tenho fontes privilegiadas. Muito menos tenho relações de amizade com alguém na Polícia Federal, seja em Campos ou fora do municipio.

Entre mim e o ex-governador Anthony Garotinho não há relações a que o senhor aludiu, mas um respeito mútuo e meus contatos com o mesmo, como pessoa física ou homem público, se restringem apenas ao campo profissional, jornalista que sou.

Não estou à altura desta contenda, nem me interessa entrar neste imbroglio. Me inclua fora dessa, senhor Bacellar. Isso é briga de cachorro grande.

A contração de Valdiran pelo Goyta

Dizem que o brioso Goytacaz Futebol Clube está contratando o Valdiran. O rapaz é meio maluquete, uma espécie de "infant terrible", o que certamente cerceou a evolução de uma carreira que poderia ser brilhante.

É ponta-direita, mas como os técnicos de futebol decidiram exterminar a função, ele zanza pelos dois lados do campo, sempre incomodando as defesas.

Sua última imagem de projeção nacional foi quando da boa campanha no Vasco, em 2006. O time do almirante português foi vice-campeão da Copa do Brasil.

É desses jogadores que, não houvessem os problemas extracampo, seria ídolo num Flamengo, num São Paulo, até mesmo num Real Madrid.

Sua massa encefálica, fora de campo, nunca esteve à altura do que é capaz dentro de campo.

Já foi parar na delegacia acusado de estupro e agressão, entre outras razões. Que as lições da vida tenham produzido uma metamorfose em sua vida.Como diz aquele compositor, a vida é a maior escola; o tempo, o grande professor.

Técnica apurada, acima da média, dribles fáceis, desconcertantes, em velocidade ou não, tudo que não se vê no futebol hoje em dia, está nos pés de Valdiran.

Imaginei que sua idade fosse mais longeva, mas o rapaz só tem 27 anos. Pelo menos, assim constatei nas fichas que consultei: tá lá, nascido em 1982.

Taí também uma grande oportunidade (mais uma) para que este indiscutível talento não desperdice uma bela carreira.

Que seja muito feliz e faça feliz a fiel e apaixonada massa alvi-anil.

domingo, 5 de julho de 2009

Êta cabrunco, sô

De volta à lida diária, retorno a esta tribuna com a alma lavada e encharcada de emoção para anunciar a seguinte boa nova: não foi mole não, mas eis que, enfim, o Mais Querido do Brasil chega ao G-4 do Brasileirão.

Até o megaevento do enterro morte do Michael Jackson foi suplantado pela vitória do Rubro-Begro.

Quanto a mim, os problemas do cotidiano, a exemplo das graves e constantes crises de minha maltratada conta bancária, se suavizaram. Estamos na briga.

O Flamengo não tem lá um primor de time. Mas, não é pior do que estão à sua frente na classificação. Inclusive o próprio adversário de ontem.

A posição do time na tabela não correspondia à qualidade do time. É bem verdade que tem sido oscilante. Capaz de dois jogos grandiosos contra o Inter, mas tomar de cinco do Coritiba ou do Sport, adversários infinitamente inferiores.

Mas há um problema sério. O seguinte é esse: há hoje, no Flamengo, um cara que faz a diferença: trata-se de Kléberson, jogador de seleção, que ataca e defende com incrível perfeição. Compensa as recaídas do Ibson.

E ainda se dá ao luxo de caprichar um lançamento de daqueles que o Gérson ou um Didi assinaria embaixo para o gol do Juan. O torcedor é mesmo uma contradição ambulante. Quando o rapaz joga mal, a torcida vaia. Quando joga bem, vaia também.

Mas, dizia eu, quando ele (o Kléberson) não joga, o time despenca. Quando ele joga mal, da mesma forma.

De resto, a outra boa novidade foi que Léo Moura, o melhor lateral direiro do País voltou a jogar bem.

A zaga ainda provoca calafrios após a aposentadoria do Fábio Luciano.

O disgramado do Adriano ficou de cara amarrada quando foi substituído, mas tem que ser sacado, sim. O cabeça-de-bagre não merece imunidade, mas jogador de qualidade deve ter sempre a tolerância, mas com prazo de validade.

O Cuca deveria prestar uma homenagem à inteligência. Se o Flamengo se mantiver nas cabeças, deixe o moço no banco. Então, ele vai acordar cedo, como os comuns mortais, treinar como os demais e apreender a honrar o Manto sagrado. E a respeitar o Flamengo, que é bem maior que ele.

O Adriano devia mesmo ler o Estatuto de Gafieira, do Billy Blanco, segundo o qual o ambiente exige respeito. Mais ainda o ambiente que nos serviu de berço.

A indigitada janela de transferência já nos ameaça, primeiro com o Ibson. Menos mal, ainda bem que os dólares do exterior provocam solavancos entre os adversários também.

Mas, a verdade que incomoda e angustia um religioso Rubro-Negro é esta: torcer pelo Flamengo é padecer no paraíso. Na maioria das vezes é assim, foi assim ontem.

Quando chega próximo aos minutos finais da refrega, é sofrimento até a última volta do ponteiro. Fica-se a torcer ansiosamente para que relógio ande, mas o desgraçado parece não imprimir velocidade nos segundos que correm. Êta cabrunco, sô...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Encontro com a imprensa

O jornalista Péris Ribeiro tem encontro marcado com a imprensa esportiva carioca, às 19 horas, na sede da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Rio de Janeiro (Acerj). Fala sobre Didi, o saudoso e eterno craque campista, personagem do seu livro "O Gênio da Folha Seca", em sua segunda edição. O lançamento da obra será no próximo dia 13, na Livraria Argumento, no Leblon.

Sarney, o homem incomum

por Leandro Fortes

Há anos, nem me lembro mais quantos, os principais colunistas e repórteres de política do Brasil, sobretudo os de Brasília, reputam ao senador José Sarney uma aura divinal de grande articulador político, uma espécie de gênio da raça dotado do dom da ponderação, da mediação e do diálogo.

Na selva de preservação de fontes que é o Congresso Nacional, estabeleceu-se entre os repórteres ali lotados que gente como Sarney – ou como Antonio Carlos Magalhães, em tempos não tão idos – não precisa ser olhada pelas raízes, mas apenas pelas folhagens.

Esse expediente é, no fim das contas, a razão desse descolamento absurdo do jornalismo brasiliense da realidade política brasileira e, ato contínuo, da desenvoltura criminosa com que deputados e senadores passeiam por certos setores da mídia.

Olhassem Sarney como ele é, um coronel arcaico, chefe de um clã político que há quatro décadas domina a ferro e fogo o Maranhão, estado mais miserável da nação, os jornalistas brasileiros poderiam inaugurar um novo tipo de cobertura política no Brasil.

Começariam por ignorar as mentiras do senador (maranhense, mas eleito pelo Amapá), o que reduziria a exposição de Sarney em mais de 90% no noticiário nacional.

No Maranhão, a família Sarney montou um feudo de cores patéticas por onde desfilam parentes e aliados assentados em cargos públicos, cada qual com uma cópia da chave do tesouro estadual, ao qual recorrem com constância e avidez.

O aparato de segurança é utilizado para perseguir a população pobre e, não raras vezes, para trucidar opositores. A influência política de Sarney foi forte o bastante para garantir a derrubada do governador Jackson Lago, no início do ano, para que a filha, Roseana, fosse reentronizada no cargo que, por direito, imaginam os Sarney, cabem a eles, os donatários do lugar.

José Sarney é uma vergonha para o Brasil desde sempre. Desde antes da Nova República, quando era um político subordinado à ditadura militar e um representante mais do que típico da elite brasileira eleita pelos generais para arruinar o projeto de nação – rico e popular – que se anunciava nos anos 1960.

Conservador, patrimonialista e cheio dessa falsa erudição tão típica aos escritores de quinta, José Sarney foi o último pesadelo coletivo a nós impingido pela ditadura, a mesma que ele, Sarney, vergonhosamente abandonou e renegou quando dela não podia mais se locupletar.

Talvez essa peculiaridade, a de adesista profissional, seja o que de mais temerário e repulsivo o senador José Sarney carregue na trouxa política que carrega Brasil afora, desde que um mau destino o colocou na Presidência da República, em março de 1985, após a morte de Tancredo Neves.

Ainda assim, ao longo desses tantos anos, repórteres e colunistas brasileiros insistiram na imagem brasiliense do Sarney cordial, erudito e mestre em articulação política.

É preciso percorrer o interior do Maranhão, como já fiz em algumas oportunidades, para estabelecer a dimensão exata dessa visão perversa e inaceitável do jornalismo político nacional, alegremente autorizado por uma cobertura movida pelos interesses de uns e pelo puxa-saquismo de outros.

Ao olhar para Sarney, os repórteres do Congresso Nacional deveriam visualizar as casas imundas de taipa e palha do sertão maranhense, as pústulas dos olhos das crianças subnutridas daquele estado, várias gerações marcadas pela verminose crônica e pela subnutrição idem.

Aí, saberiam o que perguntar ao senador, ao invés de elogiar-lhe e, desgraçadamente, conceder-lhe salvo conduto para, apesar de ser o desastre que sempre foi, voltar à presidência do Senado Federal.

Tem razão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao afirmar, embora pela lógica do absurdo, que José Sarney não pode ser julgado como um homem comum.

É verdade. O homem comum, esse que acorda cedo para trabalhar, que parte da perspectiva diária da labuta incerta pelo alimento e pelo sucesso, esse homem, que perde horas no transporte coletivo e nas muitas filas da vida para, no fim do mês, decidir-se pelo descanso ou pelas contas, esse comum é, basicamente, honesto e solidário. Sarney é o homem incomum.

No futuro, Lula não será julgado pela História somente por essa declaração infeliz e injusta, mas por ter se submetido tão confortavelmente às chantagens políticas de José Sarney, a ponto de achá-lo intocável e especial.

Em nome da governabilidade, esse conceito em forma de gosma fisiológica e imoral da qual se alimenta a escória da política brasileira, Lula, como seus antecessores, achou a justificativa prática para se aliar a gente como os Sarney, os Magalhães e os Jucá.

Pelo apoio de José Sarney, o presidente entregou à própria sorte as mais de seis milhões de almas do Maranhão, às quais, desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2003, só foi visitar esse ano, quando das enchentes de outono, mesmo assim, depois que Jackson Lago foi apeado do poder.

Teria feito melhor e engrandecido a própria biografia se tivesse descido em São Luís para visitar o juiz Jorge Moreno. Ex-titular da comarca de Santa Quitéria, no sertão maranhense, Moreno ficou conhecido mundialmente por ter conseguido erradicar daquele município e de regiões próximas o sub-registro civil crônico, uma das máculas das seguidas administrações da família Sarney no estado.

Ao conceder certidão de nascimento e carteira de identidade para 100% daquela população, o juiz contaminou de cidadania uma massa de gente tratada, até então, como gado sarneyzista.

Por conta disso, Jorge Moreno foi homenageado pelas Nações Unidas e, no Brasil, viu o nome de Santa Quitéria virar nome de categoria do Prêmio Direitos Humanos, concedido anualmente pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República a, justamente, aqueles que lutam contra o sub-registro civil no País.

Em seguida, Jorge Moreno denunciou o uso eleitoral das verbas federais do Programa Luz Para Todos pelos aliados de Sarney, sob o comando, então, do ministro das Minas e Energia Silas Rondeau – este um empregado da família colocado como ministro-títere dentro do governo Lula, mas de lá defenestrado sob a acusação, da Polícia Federal, de comandar uma quadrilha especializada em fraudar licitações públicas.

Foi o bastante para o magistrado nunca mais poder respirar no Maranhão. Em 2006, o Tribunal de Justiça do Maranhão, infestado de aliados e parentes dos Sarney, afastou Moreno das funções de juiz de Santa Quitéria, sob a acusação de que ele, ao denunciar as falcatruas do clã, estava desenvolvendo uma ação político-partidária.

Em abril passado, ele foi aposentado, compulsoriamente, aos 42 anos de idade. Uma dos algozes do juiz, a corregedora (?) do TER maranhense, é a desembargadora Nelma Sarney, casada com Ronaldo Sarney, irmão de José Sarney.

Há poucos dias, vi a cara do senador José Sarney na tribuna do Senado. Trêmulo, pálido e murcho, tentava desmentir o indesmentível. Pego com a boca na botija, o tribuno brilhante, erudito e ponderado, a raposa velha indispensável aos planos de governabilidade do Brasil virou, de um dia para a noite, o mascate dos atos secretos do Senado.

Ao terminar de falar, havia se reduzido a uma massa subnutrida de dignidade, famélica, anêmica pela falta da proteína da verdade. Era um personagem bizarro enfiado, a socos de pilão, em um jaquetão coberto de goma.

Na mesma hora, pensei no povo do Maranhão.


PS - Este artigo, publicado na revista Carta Capital, revela o que muitos já conhecem desta figura perniciosa, um câncer na vida nacional, legítimo representante do que de pior existe na política brasileira e deveria que ser banida há muito. Ainda chegaremos lá. Trata-se do último alicerce do entulho autoritário, embora por sua afabilidade, aparente ser um democrata, tratado como estadista pela generosa mídia brasileira.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quem é quem

O ex-governador e virtual candidato virtual ao governo estadual, Anthony Garotinho, terá que dirimir uma dúvida cruel em Cabo Frio, onde o prefeito Marquinhos Mendes dá a entender que irá apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral.

Entretanto, o irmão do prefeito, Carlos Victor Rocha Mendes (sem partido), do seu estafe político, declarou na semana passada ao jornal Folha dos Lagos que há uma tendência em seu grupo político em apoiar Garotinho. Victor é secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente de Cabo Frio.

A propósito, o proprietário da Folha dos Lagos, jornalista Moacir Cabral, que militou por muitos anos na imprensa campista, anuncia uma festa de arromba por conta dos 20 anos de atividades do diário cabofriense.

O bicho tá pegando

Homens da Polícia Federal estão na manhã desta quinta-feira na residência do vereador Marcos Bacellar (PT do B). Ainda não se sabe o motivo da incursão policial, já que os policiais não se pronunciaram.

As informações são do site Ururau, que acompanha o caso e anuncia mais informações a qualquer momento.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O último dos coronéis

Volto hoje com a corda toda após ócio reparador. Chega de refresco. É hora do batente, arregaçar as mangas é preciso, enquanto houver forças e razões para a luta e o bom combate que move os homens de boa fé.

Livrei-me da tortura que o Flamengo ora me reserva. Mas, nos meus sagrados dias de vagar e preguiça oficial, não deu pra ficar indiferente ao noticiário que envolveu Michael Jackson (dele falo depois) e o Zé Sarney, ele mesmo, o último remanescente da ditadura, o último dos coronéis que conferem ao país o título de eterno pais do futuro. O futuro deles, entretanto, está garantido.

Enquanto tenho meu olfato intoxicado pelos detritos insalubres do Congresso, pus-me a pensar no individuo José Ribamar, mais conhecido pela alcunha de Sarney, um político brasileiro que tem se sustentado como o ultimo bastião do retrocesso no País.

No entanto, ainda que sempre sujo até o pescoço com transações tenebrosas, este mesmo senhor recebe a maior distinção e reverência por grande parte da imprensa brasileira, que lhe conferem status de estadista, sobretudo os grandes jornalões.

O Brasil tá morto, nós estamos mortos e perdidos mas é o que comprova o perfil atrasado da mídia tupiniquim, sempre pronta a ajoelhar-se diante dos poderosos que se enriquecem à custas da miséria desta terra de Santa Cruz e suas capitanias hereditárias.

Entre fraudes evidentes, desvios de verbas, manobras sórdidas, benesses vergonhosas e vantagens imorais, o tal sujeito, dono do Maranhão, desfila com sua pose de intelectual provinciano nos salões solenes da cultura oficial deste país de bruzundangas, tão subdesenvolvido como ele.

No Maranhão, costuma-se dizer que os Sarney só não são donos do mar, embora O Dono do Mar seja um de seus livros. Seria uma auto-referência?

Pela legislação que norteia as concessões no Brasil, é vedada a condição de concessionário de emissoras a políticos como mandato. Mas Sarney, com o seu clã, é dono de quatro emissoras de televisão, que transmitem a programação da Rede Globo para todo o Estado. O grupo também controla o jornal O Estado do Maranhão, o maior diário de São Luís. É dono ainda de catorze emissoras de rádio espalhadas pela capital e pelo interior., entre outros negócios.

Dispõem ainda os Sarney de três mansões na Ilha do Curupu, uma reserva ambiental privada localizada nas proximidades de São Luís, à qual só é possível chegar de barco ou avião.

O cacique ficou sem mandato em apenas três anos, mas o patriarca conseguiu transformar a política num grande negócio que lhe rendeu uma fortuna calculada em R$ 125 milhões.

O Maranhão bem que merece ocupar um dos piores lugares no ranking do IDH no País, superando até o Piauí como campeão de miséria. Cada povo tem o cacique (ou seria o algoz?) que merece.

Nestas mais de quatro décadas, o estado vive sempre a mesma pobreza miserável, mas o clã dos Sarney continua cada vez mais próspero.

Duvide-o-dó se Sarney irá para o cadafalso moral tendo essa corja que povoa o Senado como julgadores. Um país como o Brasil não tem o hábito de mandar pilantras do colarinho branco para a cadeia. Lembremos de Renan, Romero Jucá e Jader Barbalho, entre outros que conseguiram safar-se graças ao coorporativismo (ou seria falta de vergonha?) de seus pares.