terça-feira, 28 de julho de 2009

Como dizia Machado

O menino Joaquim Maria, mais conhecido como Machado de Assis, que fazia suas bruxarias no Cosme Velho, com sua crueza habitual dizia que a morte é coisa séria. Não comporta ironias.

A morte é o fim do caminho, como já ensinava mestre Tom, menino que também sabia muito das coisas.

Quando a vida flui nas veias, o homem enfrenta muitas batalhas, vence umas, perde outras tantas, dribla algumas desgraças e tragédias, mas há uma última luta inexorável, quando aparece a velha senhora a nos espreitar.

No momento da visita fatal, só resta a resignação de ter feito o possível aqui para ser bom, correto, fraterno e ser lembrado como tal.

Não conheci, particularmente, o Zé Carlos, um dos heróis que vestiram o Manto Sagrado (também do Americano, que, pasmem, não lhe prestou uma mísera homenagem), mas pelo que me foi passado pelos bravos companheiros que cobrem ou cobriam à época o alvinegro do Parque Tamandaré, tratava-se de um sujeito correto e bom.

Uma pena que tivesse a vida abreviada tão jovem por esta enfermidade devastadora, uma batalha contra a qual o Homem ainda não logrou triunfar em pleno Terceiro Milênio, enquanto gasta fortunas de trilhões de dólares em guerras fratricidas.

Enfim, resignava-se o bravo Saldanha, vida que segue. Na vida, todos sabemos que nascemos, vivemos e morremos. E, dizia o filósofo, "o melhor da vida é a vida que se leva, porque da vida nada se leva".

Mas, entrando na seara da batalha que homenageou nosso herói extinto com uma vitória, eis de repente, fez-se luz neste Campeonato Brasileiro e o Flamengo voltou a vencer. E venceu logo naquela briosa praça esportiva onde nasceu um menino franzino que recebeu na pia batismal o nome de Edson. E que viria mudar a história do ludopédio. O resto da história, todos sabem.

Sei não, mas de quando em vez tenho uns ataques de pitonisa. Um triunfo no domingo, contra o Galo e sua espora afiada de líder, não é lá uma efeméride fora das mais razoáveis cogitações. Afinal, como o Rio inteiro sabe, o Brasil também (e quiçá o mundo), o Mais Querido clube do planeta, com seus 35 milhões de religiosos, costuma brilhar mesmo é contra time grande, que joga e deixar jogar, num palco como o Maracanã.

Só para fechar a prosopopéia de hoje, o mesmo Obina, que no Flamengo andava gordo e quase sempre acima do peso, anda leve e voando como uma pluma, é artilheiro do Brasileiro e faz a alegria do Porco.Razão mais do que suficiente para que a preparação física rubro-negra receba uma carta pelos "relevantes" serviços prestados ao clube e conheçam todos o olho da rua.

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