segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Proibido para menores de 18 anos

Patrão quer me botar pra trabalhar, mais tem que pagar. Foi assim que retornei a essa budega, depois de longas e intermináveis negociações para voltar com mais disposição para o batente.
Alguém precisa trabalhar nessa casa.

Não quis aqui assumir uma vida ociosa no meu trabalho como alguns arremedos de jogadores do Flamengo que finge que trabalha enquanto o clube finge que paga.Recuso-me ao papel de inimigo-mor da lida diária, dou duro pra sobreviver nessa minha vida de operário das letras.

Por mais que não pareça, prezo o meu labor de cada dia como algo sagrado; o problema é que cheguei a uma idade em que tenho que tirar o pé do acelerador.

Deixo a tarefa pros neófitos. Preciso de tempo para meditar, contemplar o belo enquanto tenho vida, embora quase sempre não seja possível.Mas, depois desse meu silêncio obsequioso a que me impus e deixando de lado o inócuo cerca-lourenço deste preâmbulo, vamos ao que interessa a mais da metade deste Estado, a maior parte do País e boa parte do mundo.

Pois depois de ter mandado o Galo cantar alto lá pras suas negas, no seu terreiro, o glorioso Clube de Regatas do Flamengo, clube que representa maior Nação esportiva do mundo, voltou à pauta de minhas inquietações.

Meu companheiro de sorte, religião e jornadas rubro-negras, o Fabiano, homem das artes d´O Diário, de-me uma deixa onde recapitulou alguns nossos infortúnios que só pode ser explicado pelo Sobrenatural de Almeida, como dizia o menino Nelson Rodrigues: no Maracanã, o Flamengo é capaz de grandezas retumbantes, mas também de misérias inconsoláveis.

Lembrem-se do Santo André, do América-México...E o time dos barquinhos, estava ali para navegar e fazer bincadeira em nossas águas(ou em nosso chop), impedindo-nos de chegar ali na região do G-4.Queria ver o Léo Moura entrar com tanta vontade no jogo com a mesma raiva que demonstrou ao se dirigir à torcida, com todos aqueles elogios a quem justamente paga seus belos salários.

Saiba menino Léo, a Nação Rubro-Negra é essa entidade com a qual o clube tem uma relação de amor de ódio. Poucos cidadãos no mundo, inclusive grandes estadistas, tiveram seu nome gritado em êxtase e a plenos pulmões por 90, 100 mil pessoas, em unissono.

Só que a suprema consagração tem lá também o seu revés. Volto a dever royalties a Nélson Rodrigues, com a lembrança de que a vaia é um direito sacrossanto do torcedor, que vaia até minuto de silêncio. É o mesmo torcedor que o faz pertencer a uma casta privilegiada, uma elite do futebol.

O gol do Léo não foi produto de sua inteligência ou habilidade. Gol chorado, falhas da defesa do time do Barbosa Lima Sobrinho (deus o tenha) e lá estava o Léo só com o trabalho de empurrar uma a bola quase entrando pra dentro do gol.

Ademais, um empate chinfrim contra um time chinfrim em pleno Maracanã não é caso de desabafar, mas pedir desculpas ao povão.

Sei, não mas em algumas ocasiões sugeriria à Grobo ou CBF exibir jogos desse time do Flamengo só naquele horário onde passam programas de baixarias proibidos para menores. Quanta indecência... quanta sacanagem...

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