domingo, 5 de julho de 2009

Êta cabrunco, sô

De volta à lida diária, retorno a esta tribuna com a alma lavada e encharcada de emoção para anunciar a seguinte boa nova: não foi mole não, mas eis que, enfim, o Mais Querido do Brasil chega ao G-4 do Brasileirão.

Até o megaevento do enterro morte do Michael Jackson foi suplantado pela vitória do Rubro-Begro.

Quanto a mim, os problemas do cotidiano, a exemplo das graves e constantes crises de minha maltratada conta bancária, se suavizaram. Estamos na briga.

O Flamengo não tem lá um primor de time. Mas, não é pior do que estão à sua frente na classificação. Inclusive o próprio adversário de ontem.

A posição do time na tabela não correspondia à qualidade do time. É bem verdade que tem sido oscilante. Capaz de dois jogos grandiosos contra o Inter, mas tomar de cinco do Coritiba ou do Sport, adversários infinitamente inferiores.

Mas há um problema sério. O seguinte é esse: há hoje, no Flamengo, um cara que faz a diferença: trata-se de Kléberson, jogador de seleção, que ataca e defende com incrível perfeição. Compensa as recaídas do Ibson.

E ainda se dá ao luxo de caprichar um lançamento de daqueles que o Gérson ou um Didi assinaria embaixo para o gol do Juan. O torcedor é mesmo uma contradição ambulante. Quando o rapaz joga mal, a torcida vaia. Quando joga bem, vaia também.

Mas, dizia eu, quando ele (o Kléberson) não joga, o time despenca. Quando ele joga mal, da mesma forma.

De resto, a outra boa novidade foi que Léo Moura, o melhor lateral direiro do País voltou a jogar bem.

A zaga ainda provoca calafrios após a aposentadoria do Fábio Luciano.

O disgramado do Adriano ficou de cara amarrada quando foi substituído, mas tem que ser sacado, sim. O cabeça-de-bagre não merece imunidade, mas jogador de qualidade deve ter sempre a tolerância, mas com prazo de validade.

O Cuca deveria prestar uma homenagem à inteligência. Se o Flamengo se mantiver nas cabeças, deixe o moço no banco. Então, ele vai acordar cedo, como os comuns mortais, treinar como os demais e apreender a honrar o Manto sagrado. E a respeitar o Flamengo, que é bem maior que ele.

O Adriano devia mesmo ler o Estatuto de Gafieira, do Billy Blanco, segundo o qual o ambiente exige respeito. Mais ainda o ambiente que nos serviu de berço.

A indigitada janela de transferência já nos ameaça, primeiro com o Ibson. Menos mal, ainda bem que os dólares do exterior provocam solavancos entre os adversários também.

Mas, a verdade que incomoda e angustia um religioso Rubro-Negro é esta: torcer pelo Flamengo é padecer no paraíso. Na maioria das vezes é assim, foi assim ontem.

Quando chega próximo aos minutos finais da refrega, é sofrimento até a última volta do ponteiro. Fica-se a torcer ansiosamente para que relógio ande, mas o desgraçado parece não imprimir velocidade nos segundos que correm. Êta cabrunco, sô...

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