quarta-feira, 6 de maio de 2009

E o Inter vem aí...

O Flamengo passou pelo Fortaleza com alguma facilidade. O pior é que o time agora tem pela frente um senhor scratch, aquele que tem melhor praticado o ludopédio por nossas plagas, o brioso colorado gaúcho. Tenho que me preparar, as circunstâncias me recomendam que eu vá a um cardiologista antes desse jogo.

Quando assisto jogo do Flamengo preparo-me para dois cenários. Se ganhar, lógico, vou gritar, vibrar, pular... Com tudo que tenho ou não direito.

Mas, se perder, não será de todo ruim, tenho quem vergastar. As derrotas, já dizia um filósofo (não me pergunte quem), nem sempre são destituidas de virtude. Ela ensina que as vezes precisamos dela para acordar, sair da obscuridade.

Então, dito isto, tenho um caso de amor e ódio com o mais popular e famoso Rubro-Negro da Terra. Explico: aliás não explico nada, quem explica são os especialistas nos meandros do comportamento humano, que formulam seus tratados sobre as tênues fronteiras entre o amor e o ódio. É maizomenos por aí.

Mas, então, conforme discursava eu nesta tribuna, se o time perder, a derrota servirá para alguma coisa: é a minha vez de canalizar a energia e fúria que se apossam de mim, e volto minhas baterias contra o império do mal que habita a Gávea e que nos apequena.

É a vez de vingar-me de alguns seres que pululam pela Gávea como zumbis, aves de arribação que lá insistem em fazer pouso, em tornar o clube um feudo mercantil (para não usar expressão menos educada), mantendo nossa altaneira agremiação num estado de dolorosa mediocridade que nos faz resignarmo-nos com a glória de um simples título estadual, uma conquista doméstica.
Num desses dias em que nada deu certo e saimos de campo de crista arriada após uma derrota, fiz meu barraco, botei pra quebrar. Passei a xingar em altos brados, em todos os dialetos e idiomas, incluindo javanês, o pernicioso e inacreditável Kléber Leite (sim, eu acredito que esse sujeito existe) . Se ele existe, como o diabo que muitos creem que existe, então xingo-o.

Minha mulher alertou-me que meus sacrossantos protestos em elevado tom incomodaria os vizinhos do prédio, essas coisas civilizadas que um torcedor em desvario não conhece muito bem.
Então, não encontro forças para tolerá-los, esse pobres diabos. Pobres-ricos. Não evoluí ainda, espiritualmente, para deixar de alimentar um asco sobre esses reles seres, incapazes de formar um time a altura das nossas melhores tradições, de disputar títulos continentais e internacionais.

Nós, Rubro-Negros, somos meio metidos a besta, mal-acostumados com o fausto, com os recitais de bola dos anos 80 e um tico nos anos 90.

Então, não se pode tolerar um clube da força popular e da grandeza do Flamengo ser dirigido por cartolas movidos pela irrestível vocação para o furto qualificado. Juro que não estou falando do Kléber, não tenho provas disso, embora jamais compraria um carro usado deste cidadão.

Mas, pelo que ouço falar na Boca Maldita, não existem, digamos assim, santos no futebol da Gávea. A teia de interesses na venda e compra de jogadores não faz da Gávea algo parecido com um recinto habitado por monges. Longe disso.

Então, algumas derrotas, dizia e ainda vos digo, não são de todo destituídas de virtudes. Ela nos ensina que é preciso perder algumas batalhas, para nos colocarmos no rumo certo.

Essas vitórias de Pirro (contra nossos fregueses de caderno) sempre dão fôlego a esses exterminadores do velho orgulho Rubro-Negro que todos nós, pobres mortais flamenguistas, sonhamos: o orgulho de ver ressurgir o clube que mais torneios ganhou pelo mundo afora (royalties para a nossa enciclopédia esportiva ambulante, o bom menino Péris Ribeiro).

Então, é esse o Flamengo. Quando ganha, nos enche de prazer em vê-lo brilhar; quando perde nos traz sempre uma esperança: a de que as derrotas também podem contribuir para sairmos do buraco.

2 comentários:

  1. SEPE LANÇA CAMPANHA PELA ELEIÇÃO DIRETA PARA DIRETORES DE ESCOLAS NO CALÇADÃO EM CAMPOS

    O lançamento da campanha “Eu quero votar: Eleições Diretas para Diretores de Escolas” vai acontecer no Boulevard Francisco de Paula Carneiro ( Calçadão de Campos) AMANHÃ, dia 8 de maio ao meio dia.

    Os profissionais da educação fazem assembléia no dia 18 de maio às 17h no Sindicato dos Bancários.

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  2. Entre a Vitória e a derrota há o gosto doce de esperar o impossivel...

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