Tenho me mantido ocupado nas últimas horas, a debruçar-me e refletir sobre um assunto da mais alta relevância para o futuro socio-economico-político e cultural do Brasil: a magnânima atuação do Clube de Regatas do Flamengo diante do Rolo Compressor dos Pampas — nada como reforçar as iniciais do adversário para valorizar nossos feitos.
Não que duvidasse dos nossos valentes, guerreiros e briosos soldados da causa Rubro-negra. Não somos a máquina de jogar futebol como a Hungria de 1954.
Mas que foi comovente ver a dedicação, a entrega dos nossos bravos e valentes rapazes, lá isso foi. Ademais, seria de bom alvitre reconhecer que superestimei o Inter.
Depois de uma acurada pesquisa, cheguei a uma conclusão que o diabo não é tão feio quanto pintam. Que o Inter é tudo isso que dizem por aí, mas lá pra suas negas.
Só tem protagonizado pelejas brilhantes contra adversários pouco ou nada brilhantes. Agora, acabou a moleza.
Pelo menos, se depender do denodo dos rapazes rubro-negros, eles vão ter pela frente sangue, suor e lágrimas, em busca da classificação na próxima quarta-feira. Terão que c. um quilo certo se quiserem continuar vivos.
Outra conclusão a que cheguei, também depois de um esforço de reportagem cientifico-futebolistica, que me permite retornar com um velho clichê: o futebol tem mistérios insondáveis.
O mundo do ludopédio sempre apresenta situações surpreendentemente inexplicáveis.
Em cima da hora, quase no trilar do apito inicial de Sua Senhoria, o assoprador de apito, recorri a alguns santos menos ocupados que São Judas Tadeu.
Pedi que alguns desses iluminassem o Cuca, gastei quase duas horas.
Sabia que os esforços para um bom desempenho no jogo desta quarta-feira seriam bem mais de coração que de inspiração, mas um pouquinho a mais de inteligência não faz mal a ninguém.
E não é que o rapaz, de cuja massa enfefálica muita gente colocava dúvidas, foi tomado de um súbito ataque, um inaudito surto de inteligência?
Quem disse que o D´ Alessandro viu o cheiro ou a cor da bola? Porque Toró foi o nosso grande guerreiro da noite com uma exibição típica de um Liminha.
Boa idéia do menino Cuca, que fez jus ao apelido, rechaçando testemunhos sobre a quantidade Angelin pegou bem e o Nilmar nada fez.Duas bolas na trave e chute do Angelin no primeiro tempo, mas outras chances cristalinas para matar o jogo até com certa tranquilidade.Existe, sim, alguma massa cinzenta no cérebro indecifrável do Cuca.
Mas, definitivamente, Obina não dá. Ele, centroavante de ofício, que não faz gol desde a Revolução de 1932, agora se auto-determinou à ter como função fazer faltas nos zagueiros.Quando deveria ser o contrário. Os zagueiros é que deveria fazer falta nele.
Alguém precisa chegar na caixa receptora de barulho do Obina, aquilo que apelidaram de orelha, para dizer-lhe que ele joga no ataque, não é zagueiro, embora muitos entendam que a segunda opção lhe caia bem melhor. Ainda bem que ele joga (?) longe do gol do Bruno.
Enfim, senhoras e senhores ouvintes, temi os ultimos cinco minutos, por uma desatenção da defesa, que tentava ouvir, sem sucesso, meus gritos e instruções. Mas São Bruno tava lá. Que soberba atuação, hein?
O Flamengo foi o Inter dos anos 70. Solidez, marcação forte e velocidade. Só não faz gol, mas no futebol atual, disseram, isto é apenas mero detalhe, embora ninguém avisasse ao autor da frase que futebol não se vence sem fazer gol. Só que alguém tenha combinado algo com os veinhos da International Bord e nada me falaram.
E o Inter teve no argentino Guinhazu um trabalhador no melhor estilo dos nossos guerreiros entronizados para todo sempre na Gávea, tipos Reyes e o mesmo Liminha nos anos 70. Aliás, argentino guerreiro é pleonasmo.
No mais, sem mais delongas, é prosseguir na caminhada rumo ao título.
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Jogamos mais, dominamos o jogo, metemos bolas na trave, enfim, todos o detalhes que transformaram o jogo de ontem, num belo jogo de se ver. Faltou apenas um detalhe, caro Paulo Renato, o gol, ontem a sorte foi caprichosa, não quis que saíssemos vencedores.
ResponderExcluirQuarta que vem tem mais e, parafraseando o escriba do blog, "sem mais delongas, é prosseguir na caminhada rumo ao título.".