Respeitável público, senhoras e senhores, prezados ouvintes. Este rouco locutor que vos fala nutre um respeito colossal pelo Americano. Proclamo, sim, que o glorioso alvinegro de Parque Tamandaré tem a marca, a saga dos vencedores.
Não é a toa que é detentor de conquistas como um eneacampeonato campista, titulo inédito na história do futebol profissional no País, além de tantos outras façanhas no futebol fluminense, como conquista de Taça Guanabara e por aí vai.
Nos anos 70/80, o Cano era o terror dos times outrora chamados grandes do Rio. Não era mole, não, mas os metropolitanos tinham que c. um quilo certo pra ganhar dos bravos e valentes meninos aqui dentro do Parque.
Esta baita admiração pelo clube de Parque Tamandaré vem desde os campeonatos do antigo Estado do Rio.
Tenho parentes em Niterói, onde meus tios falavam-me do time que disputava o nosso campeonato, que tinha Zé Henrique, Paulo Roberto, César, Adalberto, Chico, entre outros. O que era o nosso campeonato?
Para os que não tem maior intimidade com a história da Velha Província, o seguinte é este: antes da fusão entre os estados da Guanabara (que era circunscrito à cidade do Rio de Janeiro), com o nosso Estado do Rio, havia o Campeonato Fluminense de Profissionais.
E que aglomerava equipes de Campos, Barra Mansa, Barra do Piraí e Niterói. Americano, Goytacaz, Rio Branco e Sapucaia representaram Campos.
Segundo meus ascendentes que habitavam as glebas de Araribóia, eram jogos espetaculares, disputados ali no Barreto. E qualquer jogador desses times poderiam jogar em grandes clubes.
Tecnicamente, muitos deles eram fantásticos, botavam muita gente famosa de hoje no chinelo.
O problema é que o futebol brasileiro àquela época, anos 60 e alguma coisa, era de um profissionalismo meio amadorista; ou um amadorismo um tanto profissionalista. E o futebol do antigo Estado do Rio, igualmente.
Tanto que — os mais temperados pela vida devem lembrar bem — os caras jogavam em suas equipes e defendiam o leite das crianças num outro serviço mais convencional, no comércio ou num banco.Muitos conseguiram sair para atuar em grandes clube.
Gerson, Jair Marinho, Altair deixaram Niterói para saborear os louros da glória no Fluminense. Paulinho Valentim saiu do Central, de Barra do Piraí, e saltou para a fama no Botafogo. Miltão deixou o Barra Mansa para brilhar no Sport.Campos é um caso à parte.
Dezenas de campistas aportaram pelo país afora. E tem mais: no Fluminense houve Pinheiro, Didi, Maneco, Emilson, Denilson, Rubens e Edevaldo; No Flamengo, Paulinho Almeida, Milton Brobró e Décio Crespo; no Amércia, Amaro, Ary e Renato; no Vasco, Fumaça, Acácio, este mais recentemente, depois Odvan, Léo, etc.
Se alguém tem outros nomes que escaparam à maltradada memória deste locutor que vos fala, que ligue pra esta destemida emissora.
Então, dizia eu, essa penca, essa lista de boleiros que saíram por aí não leva em contra os que migraram para outros estados e os que, ainda que não tenham se adaptado aos grandes clubes, eram tecnicamente indiscutíveis. Ricardo Batata, que não ficou no Fluminense, era um deles.
Em qualquer estado brasileiro importante no futebol como Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas, Bahia, Pernambuco e outras plagas, a marca do jogador campista está lá registrada.
Pode mandar fazer calçada da fama aqui, ali e acolá, que o pé de um campista lá vai estar para deixar as marcas do pebolismo goitacá.
Portanto, o buraco é mais embaixo quando se fala em futebol campista. Campista sabe das coisas quando o negócio é futebol. Desde os tempos de Mário Seixas, Soda, Amaro Silveira e Poli, os quatro primeiros que sairam da terra de Mestre Didi para vestirem a camisa da Seleção Brasileira.
Faço essa prosopéia toda pra dizer que estou aqui refestelado torcendo para que o alvi-anil citadino, como falava Moacir Fonseca, ascenda este ano à primeira divisão do futebol fluminense (carioca é uma ova), com toda e pompa. Pois o azul do povo completa no ano da graça de 2012, daqui a três anos, portanto, nada mais nada menos que o seu centenário.
Ora, uma cidade que possui um clube cujo nome evoca suas mais sagradas raízes ancestrais, em alusão aos nossos primeiros habitantes, não merece outra coisa desta cidade se não uma fervorosa torcida para que este centenário seja marcado pela presença do Goyta no Olimpo do nosso futebol.
Vim ser rubro-negro num certo dia do ano da graça de 1965, quando o Flamengo abrigava em suas fileiras craques do porte de Paulo Henrique, Carlinhos, Silva, Almir, Carlos Alberto, César Maluco, Rodrigues, entre outros.
Era muito novo, não me lembro bem de outros nomes, apenas de minhas figurinhas colecionadas.Mais tarde, vieram pesadelos e injúrias futebolísticas como Mário Braga, Onça, Neviton, Tinteiro, Cardosinho, Zélio, Fio, Michila, Caldeira e o escambau.
Foi a maior concentração de perna-depau por metro quadrado do futebol brasileiro em todos os tempos. Um filme de terror.
Mas minha paixão rubro-negra acendeu-se pra sempre ao ver aquela comovente entrega de uma multidão ensandecida a colorir o Maracanã, mesmo com uma baba daquelas em campo.A paixão e a fidelidade do torcedor do Goytacaz é fenomeno idêntico. Não dá prá ficar indiferente a um povo cujo sangue ferve por uma paixão.
Vamos, pois, a cidade inteira, desde os caciques mais veteranos aos curumins que ingressaram agora há pouco na pia batismal, erguer esse pavilhão para quando chegar à sua idade centenária, o Goyta velho de guerra esteja no palco principal do nosso futebol. Trabalhemos, antes, pois, para que estejamos lá na elite durante aquele grande momento.
E não vai ter juiz, bandeirinha, quarto juiz, aspones de federação, CBF para nos atropelar nesta cruzada salvadora do futebol de Campos.Porque o futebol campista só sobrevierá quando Americano e Goytacaz se cruzarem sempre.
E vos digo aqui desta tribuna que depois de consultar livros e tratados de semiótica, antropologia e psicologia sobre o nosso povo papa-goiaba, cheguei a conclusão que um não vive sem o outro. Alvi-anis e alvinegros nasceram para viverem eternamente suas birras.
Pergunte ao torcedor do Americano se existe alguma coisa melhor que ganhar do Goytacaz "no salão de festas".
Chegue para um alvi-anil e pergunte se há algo melhor no mundo do que vencer o Americano, lá no Parque... "no parque de diversões".
Estou nessa com o Humbertão Grandão Rangel que, apesar de ser jornalista, é meu amigo. Como sentenciou certa vez o juiz Arnaldo Cesar Coelho, a regra é clara.
Então, qualquer prejuizo causado por dúvida ou certeza suspeita nas quatro linhas ou fora dela, vamos representar contra os homens de preto no Ministério Público, na ONU ou no escambau. Até ao nosso padrinho forte, o ministro Orlando Brito, que virou alvi-anil desde criancinha.
Então, desde logo vamos arregaçar mangas, esgrimir espadas e ecoar a voz uníssona das arquibancadas que contagia nas ruas a cidade inteira e faz e campo o time de azul fazer no gramado o que nenhum outro faz: E dá-lhe Goytaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quarta-feira, 27 de maio de 2009
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Eitaaaaaaaaaaa! Gosto disso, sôôôô!!!!!
ResponderExcluirE vos digo aqui desta tribuna que depois de consultar livros e tratados de semiótica, antropologia e psicologia sobre o nosso povo papa-goiaba, cheguei a conclusão que um não vive sem o outro. Alvi-anis e alvinegros nasceram para viverem eternamente suas birras.
Pergunte ao torcedor do Americano se existe alguma coisa melhor que ganhar do Goytacaz "no salão de festas".
Chegue para um alvi-anil e pergunte se há algo melhor no mundo do que vencer o Americano, lá no Parque... "no parque de diversões".
GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
VENCER NO SALÃO DE FESTAS E NO PARQUE DE DIVERSÕES! É ISSOOOOOOOOOOOOOO ESSE É O SEGREDO..
CARACA!
Cá para nós... amo seu jeito de escrever...
"Escreves lindamente showcante..."
Portas da Academia Campista de Letras, escancarai-vos! O PRPP está chegando...
Chi! A bola entrou primeiro! GOL!
Eu ia te mandar uma crônica de minha autoria, mas não sei seu e-mail.
ResponderExcluirpauloourives@yahoo.com.br