As articulações para as eleições de 2010 no Estado do Rio estão em curso. Uma passada pela capital conclui-se que os votos da cidade do São Sebastião serão bastante divididos porque disputados entre candidatos que possuem grande penetração na metrópole.
Há uma razoável pulverização, visto que candidatos como Fernando Gabeira, Lindberg Farias e Wagner Montes, com eleitorado marcadamente urbano, disputarão esses 4,5 milhões de eleitores, com o governador Sérgio Cabral e o ex-governador Anthony Garotinho, hoje os dois mais fortes antagonistas da sucessão estadual.
Além de terem que se embrenhar na disputa do eleitorado da capital, restam os votos interior, incluindo a Baixada Fluminense e a região de Niterói e São Gonçalo, que totalizam 6,3 milhões de eleitores, quase 60% do eleitorado. Sem dúvida, um quantitativo por demais representativo expressivo para ser ignorado.
Garotinho tem grande penetração entre as camadas de menor poder aquisitivo da capital e da Região Metropolitana do Grande Rio. Em seu governo, a revitalização da indústria naval criou milhares de empregos, bem como a vinda da Companhia Siderúrgica do Atântico (CSA), na região entre Santa Cruz e Itaguaí. Na Zona Oeste, sua força é também inegável.
No interior, Garotinho tem o que mostrar, porque ninguém mais construiu escolas, ginásios poliesportivos, pontes, estradas do que o ex-governador. Em cada município fluminense, há uma marca do seu governo e da sua sucessora, Rosinha Garotinho, sua mulher.
Sem contar pontes, estradas e escolas, na região Norte Fluminense, a marca do seu governo e o Rosinha, sua sucessora, foram os complexos do Açu e de Barra do Furado. O que por si só bastam.
Sérgio Cabral reconhece este poderio de Garotinho e, por isto mesmo, dedica-se agora a percorrer os 92 municipios do interior para tentar equilibrar a situação.
Tenta atrair prefeitos, vereadores e outras lideranças. Encontra dificuldades. O problema é que o governador pouco ou nada fez pelo interior em dois anos e meio de governo.
Garotinho, por sua própria origem, logo se identificou com os prefeitos interioranos, assumiu compromissos e os cumpriu, buscou reduzir as desigualdades entre os outros municípios e a capital do Estado. Em suma, Garotinho é o homem do interior.
Já Cabral é tido como o rapaz nascido e criado na Zona Sul, onde a notícia de um buraco em Copacabana adquire importância maior do que o drama e a fatalidade de uma enchente em Campos ou Itaperuna. Como quase todos os ocupantes do Palácio Guanabara, tornou-se mais um prefeito da capital do que um governador de todo o Estado.
Como disse César, o imperador da Antiguidade, ao atravessar o Rubicão, “Alea jacta est”, ou seja, a sorte está lançada.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
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