sexta-feira, 5 de junho de 2009

A santa vingança da ralé

Senhoras e senhores, esta impoluta emissora entra no espaço para informar em edição extraodinária que há gente em Campos que defende os que sacaram os R$ 40 milhões que sumiram da Campos Luz. Devem achar que 40 milhas são apenas alguns caraminguás.

Antes de mais nada, juro que resisti até quanto pude para tratar desses assuntos obscenos e rebaixar a qualidade desta programação de elevado nível. Nossa briosa emissora merece respeito.

Como iria tratar com humor, como recomendam as regras desta casa, essas figuras fantasmagóricas que frequentavam os soturnos labirintos dos porões da orgia e da sacanagem durante esses oito anos?

Pois bem, dissertava eu lá em cima, não é que alguns adevogados de escassos neurônios, jornalistas e radialistas sempre prontos a beijar a mão de quem lhes estenda uma piedosa caridade, também entendem que 40 milhas a menos na algibeira da viuva é coisa de somenos importância.

E ficam a escrigimir espadas contra o trabalho de promotores e delegados em busca de fazer justiça e atender ao clamor da população que exige punição dos canalhas e patifes. Do contrário, sairemos às ruas em barricadas para exigir a soltura dos ladrões de galinha e de potes de manteiga que estão lá na casa de custódia e não sabem o que é habeas corpus.

Algum homem de respeito desta cidade (ainda restam) tem que ter peito pra botar alguém desta nossa Capitania de São Thomé na cadeia. A ira popular merece mais respeito, dirão os homens de bem que se batem por uma Campos altaneira e ciosa de seus valores.

A santa vingança do povo também merece o suor e a luta dos justos, já que não se pode fazer a revolução. Basta de deboche! Dignidade já!.

Aliás, essas figuras insalubres estão todas na mesma marquise. São os mesmos que agora parecem engajados num movimento chamado "Volta Mocaiber", através do qual desejam completar a obra de destruição da cidade.

Querem a volta do macabro, o diretor deste filme ordinário de terror, quando tentam ressuscitar alguns zumbis que já acreditávamos devidamente enterrados.

Durante o periodo de trevas que resutou nos telhados de vidro, esses ordinários seres silenciaram por esperteza, ou por estarem mamando nas tetas.

Alias, neste processo de vergonhosa patifaria, a conclusão a que se chega é que esses zumbis que vivem rondando ppor aí rezam pela mesma cartilha do nefando milico Jarbas Passarinho, quando durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional que resultou no Ato Institucional 5 (AI-5), em dezembro de 1968 assinou o AI-5 e tornou-se logo miseravelmente famoso pela frase infame: "Às favas os problemas de consciência".

Voltando misericordiosamente aos pobres miseráveis daqui, eu bem que avisei que durante esse governo Rosinha haveria de se providenciar com urgência uma fábrica de lenços e tranquilizantes, entre outos paliativos, para reduzir os efeitos do chororô e de tanto ranger de dentes.

Por fim, abstenho-me de prosseguir nesta tarefa hercúlea, não recebo nenhum extra pra isto, não ganho pra engolir estas excrescências, meu fígado pede mais respeito e, ademais, eu escolhi nesta emissora só tratar de coisas mais sérias ou menos insalubres, como o o futebol, por exemplo.

Com esta súcia de malandros e espertos, definitivamente, não dá, não vou gastar meu latim. Só uma casa de correção e uma surra de urtiga nesta molecada.

2 comentários:

  1. Remember...
    Fazendo minhas, outra vez, as palavras de Gondin. Seu texto me trouxe...

    "Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. A primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço.
    Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talento e sorte.
    Já não tenho tempo para projeto megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reveter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
    Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
    Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
    Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “ As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, a minha alma tem pressa...
    Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus

    Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
    Desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
    O essencial faz a vida valer a pena."

    Ricardo Gondin

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  2. http://www.youtube.com/watch?v=_JpFcxjNbBg&feature=related

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